Índice de varejo leva a ajuste do juro futuro

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Após alguns dias seguidos de queda, as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) sinalizaram avanço na maioria dos vencimentos diante do resultado acima do estimado das vendas no varejo. Na BM&FBovespa o DI com vencimento em janeiro de 2010, o mais negociado, apontou taxa anual de 10,04%, ante 9,94% do fechamento no pregão anterior.Analistas explicam que a melhora das vendas no varejo em janeiro de 2009, divulgadas sexta-feira, surpreendeu os agentes financeiros que reagiram no mercado de juro futuro ajustando a curva para cima, pois, caso os próximos dados do setor varejista sinalizem mais uma recuperação do consumo, isso pode diminuir o ritmo de cortes da taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano.

 

Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas (excluindo veículos e material de construção) cresceram 6% em janeiro em relação à igual mês de 2008, avançando 1,4% sobre dezembro na série livre de influências sazonais. Foi a primeira alta marginal das vendas do comércio desde setembro e a maior desde março de 2008.

 

"O número forte de janeiro sinaliza que a atividade interna está se recuperando na margem neste começo de 2009, reforçando a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano", avaliam os analistas a LCA Consultores. "Os dados agradam bastante e trazem confiança ao mercado em relação a atividade econômica", comenta um especialista.

 

Variação cambial

 

Apesar do clima de otimismo, em meio às perspectivas favoráveis para o setor financeiro norte-americano e às intenções de novos estímulos econômicos na Ásia, os investidores voltaram à dura realidade sobre a economia global e adotaram cautela. Após atingir a mínima de R$ 2,28, o dólar ganhou forças e fechou o pregão da sexta-feira com leve baixa de 0,26%, vendido a R$ 2,30. Na semana, a divisa estrangeira acumulou desvalorização de 3,48%.

 

Para o gerente financeiro da Hencorp Commcor, Rodrigo Bautista, os sinais emitidos por instituições como Citigroup e JPMorgan na última semana não indicam que o pior da crise já passou, mas acalmaram o mercado. "Os bancos ainda devem passar por alguns problemas, mas a economia real começa a dar sinais de reação."

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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