Desempenho do comércio divide opinião de analistas

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O corte de juros feito pelo Banco Central e a piora do cenário internacional influenciaram a queda de 2,3% no volume de vendas do varejo ampliado em agosto, avaliam especialistas ouvidos pelo Valor. A diminuição foi puxada principalmente pelo setor de veículos, motos, partes e peças, que representa 24,8% do varejo ampliado. Os mesmos analistas, contudo, divergem sobre o cenário do setor para o final do ano - alguns esperam recuperação, outros acham que o consumidor seguirá mais cauteloso. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo restrito - que está dentro do ampliado - contraiu 0,4% na comparação com julho.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o varejo ampliado inclui principalmente bem mais caros, que ficam mais suscetíveis à oscilação do crédito. A diminuição da taxa Selic em 0,5 ponto percentual na reunião do Copom em agosto sinalizou uma disposição do governo em diminuir mais a taxa. "Talvez as pessoas agora estejam esperando novas rodadas de queda nos juros e a oportunidade de comprar mais barato no futuro", afirmou.

As medidas de restrição ao crédito tomadas pelo governo meses atrás também influenciaram a queda de agosto, segundo o economista-chefe do Banco Fator José Francisco de Lima Gonçalves, que prevê um impacto ainda maior nos próximos meses da queda da venda de veículos. "No caso dos carros, o movimento de contração foi mais forte. E esse é um número que pode ir mais para baixo, pois ainda não foi contabilizado o efeito do aumento do IPI", disse.

Outro fator que contribuiu para que o comércio ampliado caísse mais que o restrito é a piora no cenário internacional. Com a maior volatilidade no mercado financeiro e o receio de um agravamento da crise na zona do euro, o consumidor fica mais conservador na hora de comprar bens de valor mais alto. "Em agosto houve uma deterioração acentuada do cenário europeu e americano e isso pode ter levado os consumidores a adiar compras de maior valor", afirmou Vale, para depois descartar uma continuidade da queda na pesquisa do IBGE. "Acredito que passado o pior, esses números devem voltar a crescer nos próximos meses. Diria que setembro já deve mostrar uma retomada."

Em relação ao cenário nos próximos meses, tanto do comércio ampliado quanto do restrito, Lima Gonçalves discorda de Vale. A MB Associados prevê que o PMC do varejo restrito termine 2011 com alta de 7,1%, mas o banco Fator trabalha com uma projeção um pouco mais conservadora. "A tendência é considerar um crescimento menor da demanda até o final do ano, que vai pressionar menos a inflação. Estamos fazendo uma projeção para abaixo de 7%", disse Gonçalves.

O corte de juros feito pelo Banco Central e a piora do cenário internacional influenciaram a queda de 2,3% no volume de vendas do varejo ampliado em agosto, avaliam especialistas ouvidos pelo Valor. A diminuição foi puxada principalmente pelo setor de veículos, motos, partes e peças, que representa 24,8% do varejo ampliado. Os mesmos analistas, contudo, divergem sobre o cenário do setor para o final do ano - alguns esperam recuperação, outros acham que o consumidor seguirá mais cauteloso. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo restrito - que está dentro do ampliado - contraiu 0,4% na comparação com julho.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o varejo ampliado inclui principalmente bem mais caros, que ficam mais suscetíveis à oscilação do crédito. A diminuição da taxa Selic em 0,5 ponto percentual na reunião do Copom em agosto sinalizou uma disposição do governo em diminuir mais a taxa. "Talvez as pessoas agora estejam esperando novas rodadas de queda nos juros e a oportunidade de comprar mais barato no futuro", afirmou.

As medidas de restrição ao crédito tomadas pelo governo meses atrás também influenciaram a queda de agosto, segundo o economista-chefe do Banco Fator José Francisco de Lima Gonçalves, que prevê um impacto ainda maior nos próximos meses da queda da venda de veículos. "No caso dos carros, o movimento de contração foi mais forte. E esse é um número que pode ir mais para baixo, pois ainda não foi contabilizado o efeito do aumento do IPI", disse.

Outro fator que contribuiu para que o comércio ampliado caísse mais que o restrito é a piora no cenário internacional. Com a maior volatilidade no mercado financeiro e o receio de um agravamento da crise na zona do euro, o consumidor fica mais conservador na hora de comprar bens de valor mais alto. "Em agosto houve uma deterioração acentuada do cenário europeu e americano e isso pode ter levado os consumidores a adiar compras de maior valor", afirmou Vale, para depois descartar uma continuidade da queda na pesquisa do IBGE. "Acredito que passado o pior, esses números devem voltar a crescer nos próximos meses. Diria que setembro já deve mostrar uma retomada."

Em relação ao cenário nos próximos meses, tanto do comércio ampliado quanto do restrito, Lima Gonçalves discorda de Vale. A MB Associados prevê que o PMC do varejo restrito termine 2011 com alta de 7,1%, mas o banco Fator trabalha com uma projeção um pouco mais conservadora. "A tendência é considerar um crescimento menor da demanda até o final do ano, que vai pressionar menos a inflação. Estamos fazendo uma projeção para abaixo de 7%", disse Gonçalves.


Veículo: Valor Econômico


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