Produto brasileiro terá imposto menor nos EUA

Leia em 2min 20s

Renovação de preferências comerciais aprovada pela Câmara americana vai beneficiar 25% dos itens exportados pelo Brasil aos Estados Unidos


A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou ontem a renovação das preferências comerciais a produtos de países em desenvolvimento, entre os quais os do Brasil. O projeto será submetido na próxima quarta-feira ao Senado, onde deverá ser aceito sem relutância pelos dois partidos.

Com a aprovação, cerca de 1.200 itens da pauta de exportação brasileira voltarão a ser beneficiados com a redução de imposto de importação ao ingressarem no mercado americano. Desde janeiro passado, essa vantagem havia sido suspensa.

A expectativa da indústria brasileira é garantir a retomada do benefício retroativa a 1.º de janeiro, de forma a compensar os importadores americanos de produtos brasileiros pela tarifa cheia aplicada desde então.

De acordo com a Coalizão de Indústrias do Brasil, escritório de lobby em Washington, cerca de 25% da pauta de exportação brasileira aos Estados Unidos é favorecida por esse mecanismo. O setor mais beneficiado é o de máquinas elétricas.

Acordos. A tramitação dessa proposta no Congresso americano fora atrelada no início deste ano à de três acordos de livre comércio fechados desde 2007 pelos Estados Unidos com a Colômbia, o Panamá e a Coreia do Sul. Uma vez aprovados ontem pela Câmara dos Deputados, as preferências comerciais e outras medidas de assistência ao comércio a países em desenvolvimento foram igualmente avalizadas pela Casa.

O aval da Câmara, dominada pela oposição republicana, foi o resultado de uma longa batalha da Casa Branca. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, insistia na aprovação dos três acordos de livre comércio como um passo essencial para abrir mercados para produtos e serviços americanos no exterior e para, consequentemente, dar impulso a setores produtivos do país e gerar novos postos de trabalho.

Nas contas do governo, os três acordos podem ampliar em US$ 13 bilhões os embarques dos Estados Unidos em apenas um ano. O volume pode não ser expressivo em comparação ao total de US$ 1,28 trilhão exportado pelo país em 2010. Mas será uma contribuição para a meta do governo de Obama de dobrar as exportações americanas até 2015 e terá impacto considerável na redução da taxa de desemprego, hoje em 9,1%.

Resistência. Os acordos de livre comércio compunham um capítulo do plano de incentivo ao crescimento econômico dos Estados Unidos, cujas medidas fiscais foram rejeitadas na última terça-feira pelo Senado e enfrentarão resistência ainda maior na Câmara.

Ao serem examinados pelo plenário do Senado, na próxima semana, os acordos comerciais não tendem a se tornar alvos de paixões e de ambições partidárias. "Finalmente, vamos fazer algo importante para o país com base no consenso entre os dois partidos", afirmou o líder da minoria republicana, senador Mitch McConnell.


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Vendas no varejo brasileiro têm 1a queda desde abril

As vendas no varejo brasileiro registraram em agosto a primeira queda mensal desde abril, no segundo resultado negativo ...

Veja mais
Juro ao consumidor é o menor em 16 anos

Corte na taxa básica de juros e aumento da competição entre bancos, lojas e financeiras reduziram o...

Veja mais
Alta de alimentos deve persistir, diz ONU

Os preços dos alimentos devem permanecer elevados e voláteis ao longo dos próximos anos por causa d...

Veja mais
Classe média gasta mais com serviços do que com produtos

Pela primeira vez em nove anos, os gastos da classe C com serviços superou a compra de produtos. Em 2002, os n&ua...

Veja mais
Maior perigo vem da China, diz Mantega

Para o ministro, embora o epicentro da crise esteja na Europa, desaceleração econômica em paí...

Veja mais
Alimentos mantêm influência no avanço de índice ao consumidor

O grupo alimentação voltou a aliviar a taxa do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S...

Veja mais
Inflação reduz ganho real nas negociações

Nos meses de junho a setembro, o reajuste real médio negociado em 226 convenções coletivas de traba...

Veja mais
Desaceleração de alimentos deve provocar alta menor do IPCA neste mês

A desaceleração nos índices de preços ao consumidor em outubro deve ser captada també...

Veja mais
Fábricas continuam otimistas no longo prazo

Cuidadosas, mas ainda otimistas. Assim estão as indústrias brasileiras de algumas das mais importantes cad...

Veja mais