Expectativas de empresários paulistas pioram em outubro

Leia em 2min

A atividade industrial paulista cresceu em setembro, ainda sem reflexos da crise financeira, mas a expectativa dos empresários é de desaceleração no ritmo de crescimento neste mês. O indicador de nível de atividade (INA), medido pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), apontou crescimento de 3,7% na atividade das indústrias em setembro, em relação a agosto, com ajuste sazonal. 

 

Já em relação a outubro, a pesquisa qualitativa Sensor, realizada pela Fiesp junto às indústrias associadas na primeira quinzena do mês, aponta piora nas expectativas dos empresários. O indicador, que varia de zero a 100, sendo que índices acima de 50 indicam aceleração na atividade, atingiu 50,4 pontos em outubro, ante 54,8 pontos em setembro. Houve piora em todos os itens da pesquisa. O índice de mercado passou de 60,1 pontos em setembro para 53,7 pontos em outubro; vendas saiu de 55,9 para 52,5 pontos; estoque recuou de 49,9 para 43,4 pontos e investimento, de 56,6 para 51 pontos. "Embora acima da neutralidade, esse conjunto de percepções para outubro é sinal de reflexo da crise sobre as expectativas dos agentes", disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. 

 

O economista observou que os resultados da indústria em setembro não apresentaram efeitos da crise, sobretudo porque o agravamento ocorreu na segunda quinzena do mês, com a quebra do Lehman Brothers. No mês, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou em 77,5%, com ajuste sazonal, ante 75% em agosto. As vendas reais cresceram 5,1% no período, puxadas pelos setores de minerais não-metálicos, material eletrônico e equipamentos de comunicação e veículos. 

 

Francini observou, no entanto, que no trimestre a média registrada pelo INA apresentou tendência de desaceleração. O crescimento, dessazonalizado, no terceiro trimestre foi de 0,33%, ante 2,02% no segundo trimestre. "Essa redução já estava contratada pela própria dificuldade de manter o ritmo forte de aceleração da economia doméstica", disse, lembrando que o resultado independeu do cenário externo. No acumulado do ano, houve crescimento de 7,8%, e em 12 meses, de 8,1%. 

 

A Fiesp mantém projeção para o INA do ano de 5,3% e do Produto Interno Bruto (PIB) em 5,4%. Conforme Francini, a crise externa produzirá efeitos sobre a atividade, mas ainda não é possível dimensionar o impacto neste ano. 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Governo pode ampliar ajuda a exportador

O governo vai estender o alcance do "drawback verde amarelo", pelo qual exportadores podem descontar os impostos federai...

Veja mais
Consumidores já reduzem compras e ida a restaurante

Vendas à vista caem 4,5% em SP; movimento em churrascarias diminui 10%.Receosos com os efeitos da crise levam os ...

Veja mais
Consumo industrial de energia elétrica já registra desaceleração

Os indicadores de consumo industrial de eletricidade começam a mostrar desaceleração em setembro, d...

Veja mais
Investimentos terão mais recursos do FGTS

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou ontem que pretende aumentar para o exercício de 2009 os recursos do ...

Veja mais
Preços de exportação e importação já caem por causa da crise

A crise financeira externa exerceu os primeiros efeitos sobre os resultados da balança comercial brasileira. Em s...

Veja mais
Crise derruba confiança da indústria do Paraná

O Índice de Confiança do Empresário Industrial do Paraná (ICEI-PR) caiu 8,5 pontos no tercei...

Veja mais
Banco estatal mais rigoroso na concessão de crédito

Em meio às discussões em torno do financiamento da safra agrícola neste período de forte res...

Veja mais
IPC-S em Belo Horizonte cai na terceira semana

Inflação recua de 0,34% para 0,24% e fica abaixo da média nacional.  O pão franc&ecir...

Veja mais
Alimentos pressionam e IPCA-15 tem alta 0,30%

Os preços dos alimentos voltaram a subir e pressionar a inflação em outubro. O Índice de Pre...

Veja mais