Sem crédito, exportadores de frango reivindicam política emergencial

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O setor avícola brasileiro está encontrando dificuldades para financiar suas exportações e está solicitando mais crédito ao governo. "A carne de frango é item importante na pauta de exportação e sem linhas de crédito fica difícil exportar.

 

É preciso definir uma política emergencial de recursos para o setor avícola", explicou Pedro Henrique Oliveira, executivo da Unifrango Agroindustrial, holding paranaense do setor que reúne 19 empresas e responde pela produção diária de cerca de 2,2 milhões de pintainhos e pelo abate de 1,8 milhão de aves por dia, formando o terceiro maior grupo do setor avícola do país.

 

Segundo ele, é importante a criação de mecanismos de crédito antes que os prejuízos cheguem a essa área do agronegócio brasileiro porque hoje a ação do importador é a de forçar uma renegociação dos contratos estabelecidos no início do 2 semestre e fechados com nível de câmbio mais baixo. A conseqüência dessa estratégia dos clientes estrangeiros será a desaceleração na velocidade do fechamento de novos negócios do setor.

 

"Essa renegociação é complicada, mas possível e precisa acontecer rapidamente para oferecer ambiente para retomada das vendas. Sem as linhas de crédito as empresas estão fragilizadas para enfrentar essa pressão do importador. É preciso que o governo haja rapidamente para que a avicultura minimize os reflexos da crise internacional", disse o executivo.

 

Produtividade

 

A criação de mecanismos voltados a apoiar a exportação é uma reivindicação da avicultura para ganhar competitividade. Desde outubro passado, por exemplo, o setor vem defendendo a inclusão da atividade no chamado drawback verde-amarelo, regime que permite as empresas receber isenção tributária também na compra de insumos nacionais, equiparando-as com a isenção existente na compra de insumos importados.

 

Com isso, os exportadores de frangos teriam a suspensão de tributos federais como Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) na compra de insumo brasileiro.

 

O setor de avicultura luta por uma nova portaria, lei ou decreto que faça reverter esse benefício também aos insumos agrícolas destinanos ao setor.

 

Para minimizar os impactos da crise econômica internacional os produtores de aves anunciaram recentemente uma redução de até 15% na produção de frango de corte. O objetivo será equilibrar oferta à demanda nos mercados externo e doméstico.

 

Alojamento recorde

 

Segundo dados da União Brasileira de Avicultura (UBA), o Brasil atingiu em 2008 o maior índice de alojamento de frango de toda a história do setor. O número de aves alojadas no ano atingiu a marca de 488 milhões de cabeças. Com isso, a estimativa é chegar em 2009 com uma capacidade de produção de carne de frango 15% maior que a deste ano e 25% maior que a de 2007, desempenho capaz de ofertar, em média, perto de 1,1 milhão de toneladas mensais de carne de frango, contra 920 mil toneladas mensais em 2008.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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