Bruxelas quer vetar a adição de açúcar em sucos de frutas

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A União Europeia anunciou que costura um projeto para proibir a adição de açúcar na maior parte dos sucos de frutas comercializados no bloco, com o objetivo de impor uma produção alimentar mais saudável em seus 27 países-membros. A medida pode favorecer o suco de laranja do Brasil, que não contém açúcar adicionado e é um dos principais produtos exportados pelo país para aquele mercado.

 

Atualmente, a Europa permite que o suco embalado contenha 150 gramas de açúcar por litro. Nos néctares de frutas, o limite é 20% do peso total, já com água e açúcar. Em meio à crescente obesidade da população e aos gastos com saúde derivados dessa tendência, Bruxelas decidiu que esses parâmetros são exagerados e tem levado os governos a estimular novos padrões de consumo.

 

 

É nesse contexto que surgiu o projeto que propõe a proibição formal de adição de açúcar na maioria dos sucos e estabelece regras sobre produção, composição e rotulagem de sucos e similares. Os néctares serão a exceção. A medida alinhará a prática europeia às normas do Codex Alimentarium, que estabelece os padrões alimentares internacionais .

 

O projeto, que terá de ser aprovado pelo Parlamento europeu, diferencia suco e concentrados de frutas e, pela primeira vez, inclui tomate na lista como fruta. Não há sinais de oposição de qualquer país-membro da UE, tampouco entusiasmo entre comerciantes e consumidores.

 

Na UE, o mercado de sucos de frutas representa 10% do consumo total de bebidas não alcoólicas no bloco. A maior parte dos sucos concentrados é proveniente do Brasil, que também vende aos europeus o suco de laranja não concentrado (NFC), cuja demanda é crescente e que também não contém açúcar. Para os sucos prontos para o consumo, que serão atingidos, a UE compra essencialmente do mercado espanhol e uma fatia pequena vem do Brasil.

 

Segundo Christian Lohbauer, presidente da Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR), quanto menor a adição de açúcar permitida, mais o açúcar da própria fruta será necessário para a produção de blends que agradem ao consumidor. Vale lembrar que a demanda global por suco de laranja integral está em queda justamente pela maior concorrência de bebidas com menor teor de sucos integrais.

 


Veículo: Valor Econômico


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