Eletroeletrônicos: Preço de TV cai, produção sobe e varejo aumenta vendas

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A Copa do Mundo de futebol começa em uma data especial para o varejo brasileiro, 12 de junho, mas, para os fabricantes de TVs e varejistas, o namoro com o esporte já era motivo de comemoração desde o fim do ano passado.



Já em novembro, durante a Black Friday, algumas marcas reforçaram as campanhas publicitárias para sair na frente dos concorrentes. No varejo, os descontos para a compra de uma TV nova para assistir às partidas começaram a aparecer de forma tímida a partir de janeiro e se intensificaram a partir de março.



Com as promoções, já é possível comprar um aparelho com tela fina de 32 polegadas por menos de R$ 1 mil, parcelados em até 12 vezes. É menos da metade do valor cobrado por um aparelho do mesmo tipo há quatro anos, na Copa da África do Sul. Para quem tem um bolso mais recheado, há opções que não estavam disponíveis no último mundial: as telas gigantes, com mais 65 polegadas, e até modelos com formato curvado, que podem custar tanto quanto um carro de luxo (R$ 100 mil).



A expectativa do mercado é que as vendas sigam em ritmo acelerado até o início da Copa. Mas se o time escalado pelo técnico Felipão tiver um bom desempenho, alguns fabricantes dizem que a demanda pode se estender até o fim do mundial, em 13 de julho.



"O brasileiro é apaixonado por futebol e com o evento realizado no Brasil, o apelo para venda de TVs é ainda maior", diz Luciano Hoffmann, diretor comercial do Walmart no Brasil. Segundo ele, as vendas de TVs cresceram 25% em março, em relação a março do ano passado. O ritmo se manteve até meados de abril. E o executivo espera que em maio e junho as vendas dobrem em relação a 2013.



Na Via Varejo, desde a segunda quinzena de março, as vendas de TVs aumentaram entre 20% e 30% em comparação ao mesmo período do ano passado. A companhia não divulga projeções, mas diz que, no ano passado, por conta da Copa das Confederações, as vendas de TVs tiveram um aumento de 1,3 ponto percentual de participação em seu total de vendas.



Os fabricantes estão aumentando a produção. Em Manaus, que concentra a maior parte da montagem de TVs no país, o número de aparelhos com tecnologias LCD e LED produzidos subiu 76% no primeiro bimestre, superando 2,8 milhões de unidades. Até os modelos de plasma - tecnologia que praticamente sumiu do mercado nos últimos anos - teve expansão: 452%, para 413 mil unidades.



De acordo com Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a expectativa é que sejam vendidas 16 milhões de TVs neste ano. "Tem gente falando em 18 milhões. Mas isso vai depender muito da economia e do desempenho do Brasil na Copa", diz Kiçula.


Se foram vendidas 16 milhões de TVs neste ano, seriam 1,2 milhão de unidades além do faturado no ano passado. Em 2010, ano da Copa disputada na África do Sul, os brasileiros compraram 12,2 milhões de TVs - ou 3,3 milhões a mais do que o comercializado em 2009. Se o total vendido neste ano chegar a 18 milhões - previsão mais otimista - o volume adicionado a 2013 será de 3,2 milhões.



Há quatro anos, a economia brasileira passava por um bom momento. Neste ano, está mais fraca. A inadimplência (contas atrasadas além de 90 dias) no país mostra estabilidade, mas o Banco Central detectou aumento no volume de atrasos entre 15 e 90 dias em março. Em tese, o BC avalia que pode ser o fim da tendência de queda na inadimplência que ocorre desde meados de 2012, mas também pode ser um comportamento sazonal - nos primeiros meses do ano as famílias têm maior volume de dívidas a pagar.



Em 2010, a transição para o sistema de TV digital também estimulou o consumidor. A nova tecnologia trouxe uma melhora significativa na qualidade da imagem. Isso serviu de chamariz para a compra de um aparelho novo.



Desde então, as vendas no país crescem, chegando a 14,8 milhões no ano passado. "Apenas 20% dos lares no Brasil têm tela fina. É um impulso para o crescimento do mercado", disse Luciano Bottura, gerente de marketing da Sony.



"O varejo está com bastante estoque", diz Gustavo Assunção, diretor de TVs da Samsung. Sua meta é ampliar as vendas em 50% neste ano. De acordo com a Eletros, entre janeiro e março, o número de aparelhos que os fabricantes venderam aos varejistas subiu 50,38% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 4,34 milhões de unidades.



Em anos sem Copa do Mundo, a maior parte dos aparelhos (cerca de 60%) é vendida no segundo semestre. Quando acontece o mundial, esse volume se desloca para o primeiro semestre e a segunda metade do ano fica com o restante das vendas. Outro efeito comum é uma pressão sobre os preços após o fim do campeonato. Sem o apelo promocional do evento, varejistas e fabricantes podem baixar preços para limpar seus estoques. Em um mercado competitivo, com margens apertadas, uma guerra de preços poderia ser danosa para os fabricantes. Para Rogério Molina, gerente de TVs da LG, se esse cenário se concretizar, vai ser por iniciativa do varejo, não dos fabricantes.



Segundo Cláudio Santos, especialista de produto da Panasonic, só a Copa não é suficiente para levar o consumidor a comprar uma nova TV. Para ele, o evento, aliado às novas tecnologias oferecidas pelos fabricantes é que geram o desejo de compra.



Neste ano, os fabricantes apostam em dois itens principais: as telas grandes e o 4K, ou UltraHD, o nome dado à tecnologia que permite ver televisão com uma resolução quatro vezes maior que a dos aparelhos Full HD, a melhor qualidade de imagem disponível até agora. "Os consumidores que compraram a primeira TV de LED na outra Copa tendem a trocar de aparelho agora, dando preferência a telas maiores e aparelhos com alta resolução", diz Walter Yugo Sinohara, gerente de TVs da AOC.





Veículo: Valor Econômico


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