Sistemas substituem viagens de negócios

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Teleconferência: Novos dispositivos atraem interesse ao apresentar preços mais baixos e recursos de vídeo

 

O vice-presidente comercial da Tata Consultancy Services (TCS) no Brasil, Ailtom Nascimento, já perdeu a conta das horas que passou preso no trânsito e em saguões de aeroportos para participar de reuniões que durariam muito menos tempo que o gasto nos trajetos. Só as reuniões internas de diretoria lhe custavam uma viagem semanal entre São Paulo e Brasília e a perda de quase um dia de trabalho. Tudo para uma reunião que não passava de uma hora. "Hoje, praticamente todas as reuniões são feitas por teleconferência. Como não há deslocamento, é muito mais fácil conciliar as agendas. O processo de tomada de decisões ficou mais ágil", afirma.

 

Há menos de dois anos, a TCS substituiu 40% das reuniões presenciais por teleconferências. A infraestrutura é comprada da empresa 7X7, que no Brasil representa a marca ClaireConference. Fundada em 1994, a companhia registrou um crescimento de 45% no faturamento em 2009, chegando a R$ 4 milhões, e espera crescer 50% este ano, afirma seu diretor comercial, Mauricio Farias.

 

Até agora, a 7X7 atuou com serviços por telefone e internet, mas para concorrer mais de perto com a líder de mercado, a Cisco Systems, o plano é lançar um serviço de videoconferência. "As empresas estão mais interessadas em economizar recursos e para aquelas quem têm um gasto alto por executivo, a economia de tempo e de orçamento com o uso da teleconferência compensa", diz Farias.

 

O executivo estima que apenas no Brasil a substituição de viagens por conferência à distância gera nas companhias uma economia de R$ 40 milhões por ano.

 

Com escritórios espalhados por 20 Estados e mais 20 unidades em São Paulo, a operadora de telefonia móvel Vivo queria integrar suas equipes. A solução foi montar salas de videoconferência em cada uma das filiais, para realizar apresentações, treinamento e reuniões semanais das equipes comerciais. "Considerando o gasto com viagem e o tempo que o executivo perde, calculamos uma economia de 40%", diz Pollymark Aquino, diretor de segurança e administração de serviços da Vivo. A operadora adquiriu equipamentos da Polycom.

 

A companhia farmacêutica Nycomed Pharma também adotou o serviço no Brasil há 18 meses. De acordo com o supervisor de tecnologia da empresa, Alex Money Soares, o sistema é compartilhado entre 350 funcionários, distribuídos em todos os Estados e até em outros países. "Com preço de ligação local, é possível reunir toda a equipe, apresentar por internet os dados e tomar decisões em um curto espaço de tempo", afirma Soares.

 

Além de evitar o deslocamento de funcionários, a videoconferência começa a ganhar novos tipos de uso. O Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, iniciou um projeto de visita virtual, pelo qual o paciente interage, por vídeo, com familiares e amigos. O projeto começou em 20 apartamentos e a meta é chegar a todos os 115 até o fim do mês.

 

Essa facilidade foi uma evolução natural da implantação de terminais com acesso à internet (thin clients) em todos os quartos e da oferta de rede WiFi para quem tem notebook, conta o gerente-executivo de tecnologia, Osmar Antonio dos Santos. O hospital estuda agora como levar a televisita para salas de UTI, local de acesso difícil aos visitantes. O projeto consumiu R$ 32 mil no desenvolvimento do software e instalação de câmeras web. O servidor de vídeo - um equipamento essencial para o sistema funcionar - fica hospedado em uma empresa de serviços que faz a administração e manutenção do sistema, por uma quantia mensal de R$ 1 mil. A conexão é feita por meio de dois links dedicados de banda larga, um da Embratel e outro da Telefônica, que são redundantes para não haver problema de queda da rede.

 

Um dos obstáculos para a popularização do sistema no Brasil é o alto custo da banda larga. "A queda de preço dos equipamentos não foi acompanhada pelo barateamento do acesso à internet", afirma Douglas Miranda, diretor de vendas da integradora de sistemas Seal. Segundo o executivo, um projeto de videoconferência custa em torno de US$ 10 mil. Já a conexão à internet sai por uma média de R$ 500 por mês. "E a velocidade da conexão pode oscilar, o que afeta a qualidade das ligações", afirma.

 

O diretor geral para América Latina e América Central da Tandberg, Thomas Valantin, afirma que houve uma mudança no perfil do consumidor brasileiro e prevê um aumento da demanda neste ano entre 20% e 25%. A Tandberg planeja crescer 50% no Brasil, com o lançamento de um sistema de teleconferência no formato de um serviço pago mensalmente, além da venda de salas próprias para reuniões a distancia. Para isso, a companhia fechou parcerias com Telefônica e Oi, que proverão acesso de banda larga.

 

O diretor de operações da Polycom, Pierre Rodriguez, afirma que houve uma popularização dos sistemas, mas que há demanda para equipamentos de grande porte, que chegam a custar US$ 500 mil. Os principais usuários são bancos e empresas de petróleo. No Brasil, os campeões de vendas são sistemas entre US$ 10 mil e US$ 30 mil. Também há opções de serviços de webcasting, como o oferecido pela Voitel, que custa R$ 4 mil e inclui a montagem de uma sala de videoconferência para um evento específico, sem a necessidade de compra dos equipamentos. A opção de fazer vídeo ponto a ponto nos computadores de mesa esbarra na questões de qualidade e segurança. "Os funcionários não são autorizados a fazer reuniões em redes externas, que fogem ao controle dos servidores das empresas, afetando a confidencialidade e segurança das informações", diz Rodriguez
 


Veículo: Valor Econômico


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