Agora, sacolas plásticas são as vilãs

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Consumidores vão precisar se adaptar aos novos tempos, pois, em oito meses, esse tipo de embalagem será extinto no Estado

 

O consumidor paulista tem oito meses para se adequar e encontrar outra alternativa para o uso da sacolinha plástica usada para carregar a compra do supermercado. Mas, em Santos, tem quem afirme que em um mês essas embalagens não estará mais disponíveis. "Já que é preciso mudar, vou fazer isso agora. Assim que acabar as sacolas que tenho na loja não irei repor. O freguês terá como opção a sacola retornável que já vendemos aqui", disse Carlos Rodrigues Gouvêa, dono de duas lojas da rede de supermercados Bolshoi.

 

O protocolo de intenções que prevê o fim do uso do material no Estado foi firmado pelo governador Geraldo Alckmin e pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) na segunda-feira. O primeiro passo definido por esse protocolo é o inicio de um processo de conscientização do consumidor. "A orientação é não tirar de uma vez, vamos explicar os motivos, que todo mundo já sabe, mas precisam ser reafirmados", afirmou Carlos Alberto Varandas, proprietário da rede Varandas e diretor regional da Apas.

 


Em datas estratégicas, todos os supermercadistas filiados a Apas promoverão ações de conscientização conjuntas, como em 22 de setembro, início da primavera; 22 de novembro, dia do supermercadista e 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, quando as sacolas serão retiradas de circulação de vez. "Vamos, nessas datas, reafirmar a importância de preservar o meio ambiente e, com isso, optar pelas sacolas retornáveis e até biodegradáveis", disse Carlos Alberto. Pelo menos sete redes de supermercados já aderiram ao protocolo, entre elas, a rede Pão de Açucar, que engloba as marcas Extra e CompreBem. Por meio de nota, a assessoria do grupo informou que os clientes já usam hoje as sacolas retornáveis, principalmente, porque o uso delas acumula pontos ao programa de fidelidade, podendo ser trocados por vale compras. A rede Varandas terá além da sacola retornável ­ já disponível em dois modelos de R$ 1.98 e R$ 3.99 ­, a opção dos saquinhos biodegradáveis, a R$ 0,19 cada. "Eu não terei essa opção porque ela é cara e a maioria dos clientes não vai se interessar. Acredito que o consumidor irá escolher a sua maneira de fazer compras", ponderou Carlos, do supermercado Bolshoi.

 


O QUE ACHA O CONSUMIDOR?

 

A Reportagem esteve no supermercado Bolshoi, na Vila Belmiro, durante uma hora na manhã de ontem. De todos os clientes que passaram pelo caixa, apenas um usava a sacola retornável. Os outros saíram levando as compras em saquinhos plásticos. "Tenho esse hábito há, pelo menos, dois anos. Não uso a sacolinha plástica para nada. Em casa é tudo reciclado, lixo limpo e lixo orgânico e uso os sacos grandes, preto ou azul, que são jogados nos aterros sanitários e não em qualquer lugar entupindo esgoto, causando enchente", afirmou Cristiane Silva, de 29 anos.

 

A dona de casa Lindalva Santos, de 28 anos, saía do mercado com pelo menos cinco sacolas plásticas. "Eu esqueci a retornável, mas sou a favor de preservar o meio ambiente. Quando não tiver mais essa opção, da plástica, vou me organizar melhor". O aposentado Jacob Lopes, de 80 anos, disse que o desperdício será evitado sem o uso da sacola plástica. Ele acredita que cobrar pela biodegradável é uma boa ideia. "As pessoas vão pensar melhor se tiverem de pagar por cada sacola. Teremos menos sujeira na rua, com certeza".

 

Veículo: A Tribuna de Santos - SP


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