Johnson & Johnson usará resíduos para produção de partes plásticas

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A Johnson & Johnson inicia no mês de maio a operação de uma fábrica de resíduos plásticos, que serão usados na fabricação de vários itens, a exemplo do que já acontece com a escova dental Eco, cujo cabo possui 40% de material reutilizado. A ideia, segundo o gerente de Manutenção, Utilidades e Serviços da J&J, Alex Francisco Gomes, é ampliar o aproveitamento desse material para a fabricação de outros itens e embalagens, como novas escovas de dente, caixinha de fio dental e também as tampas utilizadas em shampoos.

 

"Alguns desses produtos feitos com material reciclado já estão em fase de avaliação dos protótipos e em testes no setor de qualidade", explica o gerente. A área de desenvolvimento de produtos da J&J, segundo Gomes, também avalia a possibilidade de aumentar o percentual de utilização de material reciclado na própria escova dental Reach Eco. Em parceria com a Polipetro, de Jacareí (SP), a J&J está desenvolvendo um tipo de saco plástico para lixo, a partir de resíduos de resinas plásticas.

 

A empresa investiu R$ 247 mil na preparação da infraestrutura da nova fábrica e os equipamentos, que custaram cerca de R$ 600 mil, foram doados pela Ambitec, parceira da Johnson & Johnson, desde 2008, na gestão dos seus resíduos. Batizado de Wonka, o projeto foi idealizado pela Central de Reciclagem de Resíduos (CRR) da J&J, com o objetivo de reduzir a geração de resíduos plásticos gerados nos processos produtivos de absorventes higiênicos e fraldas descartáveis.

 

Segundo Gomes, a unidade da J&J em São José dos Campos gera 1.391,5 toneladas de resíduos plásticos por ano e recicla aproximadamente 100 toneladas /mês desses materiais. "Com a nova fábrica, a J&J espera reduzir o volume de resíduos e otimizar o espaço na CRR, além de reduzir a emissão de CO2, em função do menor número de viagens para a coleta de resíduos."

 

O gerente explica que a transformação do resíduo plástico em material granulado permite que ele fique mais compacto, embora com mais densidade e ocupe menos espaço no caminhão. Desta forma, ao invés de oito toneladas de resíduos, o caminhão passará a transportar 15 toneladas. "Na forma granulada conseguimos aumentar em 10 vezes a densidade dos resíduos", explica.

 

A Johnson & Johnson recicla cerca de 84% dos resíduos gerados pela produção, algo em torno de mil toneladas por mês. Entre os resíduos reciclados estão o plástico, papelão, frascos de shampoo, caixa de fio dental, madeira, resíduos de absorventes higiênicos, cotonetes e polpa de celulose. A receita resultante da venda de resíduos para reciclagem, da ordem de R$ 5 milhões por ano, é revertida para instituições filantrópicas da região do Vale do Paraíba.

 

Parte do volume reciclado, segundo Gomes, é doada hoje para a Fazenda Esperança, em Guaratinguetá (SP), que cuida da recuperação de dependentes químicos. "Fornecemos resíduos de cotonete e de escova de dentes para a Fazenda Esperança, que converte esse material em madeira plástica, utilizada na fabricação de telhados, quiosques e coches para alimentação de animais".

 

Com a reciclagem, as sobras de hastes e algodão de cotonete, aparas de tela não tecida (perfex), escovas de dente, látex, entre outros resíduos do processo produtivo passaram a ser enviados para instituições assistenciais e empresas recicladoras que transformam em produtos prontos para serem comercializados. Um exemplo são as sobras de absorventes que viram palmilhas de sapatos e as de fraldas que são transformadas em cabides, banheiras plásticas e tomadas.



Veículo: Valor Econômico


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