Desperdício é a grande preocupação das empresas

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Praticar boa gestão ambiental tem custo para as empresas

 

A imagem e a reputação da empresa são o principal motivo para a adoção de procedimentos de gestão ambiental, executados por sete em cada 10 indústrias brasileiras. A informação é da Sondagem Especial de Meio Ambiente, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Essa é a principal motivação para 78,6% das empresas pesquisadas. O segundo maior motivo para as práticas de gestão ambiental, conforme 77,7% das empresas, são as exigências do licenciamento ambiental, seguidas de regulamentos ambientais, apontados por 66,6% delas.

 

O levantamento da CNI, feito com 1,227 mil empresas de todos os portes e setores, revela que as práticas adotadas variam de redução na geração de resíduos ao uso eficiente da energia e diminuição no gasto de água, entre outros procedimentos.

 

De acordo com a pesquisa, cuja íntegra está disponível no endereço www.cni.org.br, o percentual de empresas que adotam procedimentos ambientais sobe para 95% entre as de grande porte.

 

" crescente o nível de exigências e de atribuições que são dadas as empresas, o que exige um nível de atenção muito alto, porque muitas dessas exigências se transformam em custos. Há um limite entre essas exigências e o que a empresa tem de benefícios com imagem e preço que pode incorporar aos produtos lançados no mercado", avaliou a diretora de Relações Institucionais da CNI, Heloisa Menezes.

 

As empresas também demonstraram preocupação com a redução de desperdícios de matérias-primas (55,3%), com a melhoria da qualidade dos produtos (37,7%) e em atender a demanda de clientes e consumidores (27,9%).

 

Certificação - A maioria das empresas (88%) que informaram adotar procedimentos de gestão ambiental disse possuirem Sistema de Gestão Ambiental (SGA), ou seja, procedimentos sistemáticos, tais como certificação (a exemplo do ISO 14.000). "A certificação é aceita internacionalmente. Então é positiva para a empresa. Mas tem também aquelas que não perseguem a certificação, o selo, mas que adotam práticas diárias, sistemáticas, como redução de resíduos e de uso de água e energia", informou Heloisa Menezes.

 

Entre as indústrias que adotam o SGA, a Sondagem Especial da CNI revela que o principal programa é o de redução na geração de resíduos, apontado por 80,1% das entrevistadas. O uso eficiente de energia é o segundo programa mais utilizado, por 69,5% das empresas que possuem SGA. A redução do uso da água vem em seguida, com 58,3% de adoção nessas empresas.

 

Incentivos - Apenas 15,8% das indústrias consultadas disseram que nenhum incentivo seria efetivo para estimular a adoção de instrumentos de gestão ambiental, mostra a pesquisa da CNI.

 

Dos outros 84,2% das empresas, 67,1% responderam que o tratamento fiscal diferenciado seria o melhor incentivo, ao passo que 61,9% disseram ser importante um tratamento diferenciado no licenciamento ambiental (a soma das respostas ultrapassa os 100% por conta da possibilidade de múltipla escolha). A contratação de financiamento a juros mais baixos foi assinalada por metade das empresas.

 

"Praticar uma boa gestão ambiental tem custo para as empresas, que precisam investir em máquinas mais eficientes, em inovação, em desenvolvimento tecnológico, em melhoria de processos. Mesmo sabendo desses custos, elas têm investido nisso. Mas é preciso ter estímulos de várias ordens, como ampliação do mercado ou originários do poder público, como os tributários", explicou a diretora de Relações Institucionais da CNI. Ela aponta reduções de IPI, ISS e de ICMS como exemplos de incentivo tributário.

 

Das 1,227 mil empresas pesquisadas pelas CNI, 183 são de grande porte, 367 de médio porte e 677 pequenas empresas. A Sondagem Especial foi conduzida entre os dias 5 e 19 de abril último.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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