Varejo e indústria falam dos desafios para o pós-pandemia

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Quinta edição da Live Supermeeting ABRAS contou com a participação da BRF e das redes Koch e Barbosa Supermercados

 

O primeiro semestre de 2021 já acabou e refletir sobre o que acontecerá na segunda metade do ano foi o exercício realizado na tarde desta terça-feira (29) durante a 5ª edição da Live Supermeeting ABRAS. A discussão sobre o tema “Desafios para o varejo pós pandemia” foi transmitida ao vivo pelo canal da entidade no Youtube, que recebeu grande plateia virtual. O encontro contou com a participação de Sidney Manzaro, vice-presidente Mercado Brasil da BRF, patrocinadora do evento, e os varejistas Nelson Barbosa, presidente do Barbosa Supermercados (SP) e José Koch, CEO do Grupo Koch (SC).  Celso Furtado, vice-presidente de Negócios e Marketing da ABRAS, deu às boas-vindas a todos e passou a palavra para o moderador Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, boutique de estratégia de varejo e transformação digital.

 

Serrentino iniciou fazendo uma breve contextualização sobre o tema. Ele pontuou que o termo pós-controle da pandemia seria o mais adequado porque esse será, provavelmente, o cenário que todos vivenciarão ao longo do segundo semestre de 2021. Segundo ele, os próximos meses serão desafiantes para o setor e cadeia alimentar. Serrentino lembrou que, por um lado, o autosserviço foi impactado de maneira desafiadora no aspecto operacional, mas, por outro, houve migração da demanda e o setor saiu muito favorecido. “O principal aspecto que fez o autosserviço ser extraordinário no mundo no ano passado foi o congelamento do consumo fora de casa. No Brasil, esse consumo fica em torno de 40%. Isso despencou e essa demanda migrou para dentro do lar e favoreceu enormemente o consumo no autosserviço”, comentou.   

 

A pandemia continua num patamar alto no Brasil, mas o moderador chama atenção que a perspectiva é que em poucos meses o Brasil esteja na situação de acomodação, onde os números da doença começam a cair e ocorra a flexibilização das atividades que estão cerceadas. “Isso traz de volta o otimismo, confiança, aquecimento econômico, destrava o consumo daquilo que estava represado, mas, ao mesmo tempo, traz, grande impacto de como tudo isso vai afetar o seu negócio”, afirmou Serrentino.

 

Após explanar também sobre aceleração digital ocorrida no ano passado e o novo hábito de consumo de quem precisou aprender a usar as plataformas digitais, inclusive para adquirir alimentos, Serrentino questionou Sidney Manzaro, da BRF, sobre a leitura que ele faz do momento de hoje e o que espera que acontecerá, no curto prazo, com a demanda e com o ambiente econômico, especificamente para o varejo alimentar. 

 

Vacinar toda a população brasileira é a aposta de curto prazo defendida por Sidney Manzaro. O executivo vislumbra um cenário mais instável porque afirmou que até agora o grande adversário é a instabilidade. Manzaro concorda que há cenários positivos no segundo semestre, comparado com o primeiro. “Não voltaremos mais a ter o que tínhamos. A transformação foi brutal e muitas das megas tendências já estavam em andamento. Esse cenário acelerou os processos. Estou otimista quanto ao varejo alimentar, mas temos que nos preparar um pouco melhor. Trabalhar de forma muita unida para que as soluções apareçam da melhor forma possível”, opinou Manzaro.

 

Para José Koch, do Grupo Koch, mais pessoas vacinadas gera confiança e entusiasmo para o varejo. “Nós, varejistas, precisamos estar preparados para um novo cenário. Principalmente nós que atuamos com algumas bandeiras, temos que cuidar de cada formato para que o consumidor escolha qual é a melhor opção de compra para o momento. Inclusive, na pandemia, os atacarejos cumpriram um papel social muito grande. O consumidor teve acesso a alimentos com preço super competitivo. Foi um dos setores que mais cresceu”, revelou Koch, que também disse que está muito atento à digitalização. Segundo o varejista catarinense, “não se deve estar muito preocupado com o que virá de novidades e sim como vamos nos adaptar e nos capacitar para aquelas que virão”, complementou.

 

“Em 2020, nós criamos comitês para tomar decisões e, pela primeira vez, me vi sem respostas”, afirmou Nelson Barbosa, do Barbosa Supermercados, ao comentar sobre o início da pandemia. O varejista comentou que também foi um momento no qual começaram a construir uma relação muito forte com os colaboradores. “Todo mundo junto, encarando as situações. Os funcionários tiveram uma preocupação de dono. Isso foi um grande diferencial e será daqui para frente também. Estou otimista”, compartilhou. De acordo com Barbosa, o Brasil já teve muitas crises e todo o setor superará mais essa. “O ano de 2020 foi atípico, mas creio que vários hábitos vão continuar como, por exemplo, as pessoas preparando comida em casa, além de sair de vez em quando”.

 

Os novos hábitos de consumo, a colaboração entre o autosserviço alimentar e a indústria, a resiliência do varejo e muitos outros temas ainda foram abordados pelos varejistas e a BRF durante o encontro. Para saber mais informações deste evento, confira matéria completa na próxima edição da revista SuperHiper.


Redação SuperHiper 


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