Aprovação de fusão será automática se Cade atrasar

Leia em 1min 40s

O Cade dirimiu ontem uma dúvida que gerava insegurança entre empresários e advogados desde a aprovação de novas regras para a autarquia, em dezembro.

A presidente Dilma Rousseff havia vetado um dos artigos da nova lei do Super-Cade que determinava o limite de 240 dias, ou 330 dias em caso de prorrogação, para finalizar a apreciação de compra de empresa que representasse concentração.

Pela norma, decorrido o prazo, o negócio seria aprovado automaticamente.

Com o veto, surgiu o entendimento de que o Cade poderia ficar indefinidamente com o caso se não conseguisse julgá-lo no prazo.

A Procuradoria-Geral do Cade divulgou ontem parecer que esclarece que, se o órgão não avaliar a tempo, a operação será aprovada.

"É uma boa notícia", diz a advogada Bárbara Rosenberg, do escritório Barbosa, Müssnich e Aragão.

"O veto havia gerado muita apreensão. A interpretação do procurador foi de que não faz sentido ter um sistema de análise prévia sem ter prazo para a decisão. Como estava, gerava muita insegurança jurídica", diz Rosenberg.

"A manifestação do procurador-geral do Cade foi positiva, pois procurou preservar o espírito da lei, que é o de imprimir celeridade à análise", afirma Amadeu Ribeiro, do Mattos Filho Advogados.

O novo Cade entra em vigor em 30 de maio. Em março, a autarquia submeterá a regulamentação da nova lei à consulta pública.

COMO SERÁ O SUPER-CADE

FATURAMENTO DAS EMPRESAS

As empresas com faturamento superior a R$ 400 milhões terão que apresentar ao Cade as operações feitas com outras companhias que tiverem faturamento de pelo menos R$ 30 milhões. Hoje elas são obrigadas a apresentar qualquer aquisição ou fusão feita com outra companhia.

ANÁLISE PRÉVIA

As operações terão que ser apresentadas ao Cade antes de serem concretizadas. O conselho terá 240 dias para fazer a análise. O prazo poderá ser prorrogado por mais 90 dias. Hoje as empresas têm 15 dias para notificar o Cade sobre operações de fusão e aquisição. Não há prazo para a análise.


Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Minas regula transferência de créditos

O governo de Minas Gerais publicou uma polêmica norma sobre transferência de créditos de ICMS para te...

Veja mais
Novo código comercial reduz custo de firmas

Criado em 1.850, o Código Comercial brasileiro deve passar por significativas reformas que devem garantir seguran...

Veja mais
Resolução da Anvisa mantém veto a cigarro com sabor e libera açúcar

Está pronta a nova versão da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanit&a...

Veja mais
Receita Federal bateu recorde de apreensões em 2011

Valor de mercadorias retidas somou R$ 1,47 bilhão .A Receita Federal realizou o maior número de apreens&ot...

Veja mais
Rio é o primeiro Estado a ter lei para compras coletivas

Diante da febre das compras coletivas pela internet no Brasil e da ausência de legislação federal qu...

Veja mais
Consumidores devem se precaver contra fraudes

Levantamento da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao C...

Veja mais
À espera do STF, companhias afastam ICMS de PIS e Cofins

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julga um dos últimos e maiores embates tributários do...

Veja mais
Regras para tributos continuam indefinidas

O ano de 2012 promete trazer novidades para os tributaristas que têm feito a interface entre contabilistas, admini...

Veja mais
Nova regra trava entrada de orgânicos

Uma norma do Ministério da Agricultura que tornou mais rígida a entrada de produtos orgânicos no pa&...

Veja mais