Segundo a ClearSale, empresa especializada em combate à fraude, em 2024, mais de 1,2 bilhão de credenciais de brasileiros, entre e-mails, senhas e informações bancárias foram expostas em vazamentos de dados, especialmente em períodos de grande movimentação no comércio eletrônico, como Dia do Consumidor, Black Friday e Natal.
Segundo o levantamento, foram identificadas mais de 3 mil páginas falsas, 75 mil anúncios fraudulentos e cerca de 10 mil perfis falsos em redes sociais como Facebook e WhatsApp. Esse cenário consolidou o Brasil como o país mais atingido por tentativas de roubo de informações pessoais e financeiras na internet, prática conhecida como phishing e que afeta, também, o Judiciário brasileiro.
“Isca” digital
O termo phishing remete à palavra inglesa fishing (“pesca”), justamente pela ideia de lançar uma “isca” para pescar informações dos usuários. As estratégias incluem desde apelos emocionais até ameaças, como cancelamento de contas ou inclusão do nome em cadastros de inadimplentes.
O phishing ocorre quando criminosos se passam por instituições confiáveis, como bancos, empresas conhecidas e até tribunais, para induzir usuários a fornecerem informações sensíveis. As mensagens geralmente apelam para situações urgentes ou de forte impacto emocional, levando a vítima a clicar em links maliciosos ou fornecer senhas e dados bancários em sites falsos.
Golpes no Judiciário
No Judiciário, é recorrente o envio de e-mails com falsos avisos, como intimações para audiências, ordens de despejo ou notificações de protesto. Ao acessar os links, as vítimas acabam entregando dados pessoais, que podem ser usados para roubo de identidade, movimentações financeiras ou até comercializados na chamada “deep web”.
O TRF1 reforça que as unidades da Justiça Federal da 1ª Região não tratam dessas questões por meio de WhatsApp, telefone, SMS ou e-mail.
Proteja-se
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) recomenda atenção redobrada diante de mensagens que solicitem dados, instalação de programas ou cliques em links suspeitos. Entre as principais medidas de prevenção estão:
Verificar sempre a informação em canais oficiais, como sites de órgãos e empresas. É importante digitar manualmente o endereço da instituição no navegador, ao invés de clicar em links recebidos;
Observar erros de escrita
Ficar atento ao tom das mensagens. Golpistas exploram os sentidos, apelam para mensagens com conteúdo alarmista, ameaça ou senso de urgência. Na dúvida, entre em contato por meio de um canal oficial;
Questionar se o conteúdo faz sentido. Pergunte-se: eu tenho contato com esta instituição? Tenho conta neste banco? Por que deveria antecipar um pagamento? Ter senso crítico faz muita diferença;
Utilizar antivírus atualizado, firewall e filtros antiphishing;
Ativar a verificação em duas etapas nas contas digitais.
Cai no golpe, o que fazer?
Caso clique em links fraudulentos ou baixe arquivos maliciosos, é recomendado realizar imediatamente uma varredura completa com antivírus e alterar senhas, adotando combinações fortes de letras, números e caracteres especiais.
Se o incidente atingir contas de trabalho, a orientação é acionar imediatamente a equipe de suporte de TI para limitar os danos e evitar que o problema se espalhe.
Guarde provas, faça cópias das conversas e comprovantes de pagamento. Em seguida, registre um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia, especialmente se tiver prejuízos financeiros ou se alguém estiver se passando por você.
Para saber mais sobre como se proteger, acesse a Cartilha de Segurança para Internet.
TS
Assessoria de Comunicação Social
Fonte: Tribunal Regional Federal da 1ª Região – 02/09/2025