Empresas menores lutam para reter talentos

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Participação no capital para executivos já é estratégia também nas empresas médias e pequenas

 

A retenção de talentos nas empresas pequenas e médias requer criatividade. Sem a perspectiva de promoções constantes, por causa da estrutura mais enxuta, algumas companhias apostam em tornar seus funcionários sócios do negócio, dando a eles a opção de compra de cotas de participação.

 

Na CAS Tecnologia, por exemplo, os profissionais têm direito de adquirir, anualmente, o equivalente ao seu salário em cotas da empresa. "Queremos elevar o comprometimento com o negócio", diz Maurício Catelli, sócio-diretor da CAS. O programa existe desde o surgimento da empresa, em 2000.

 

Atualmente, cerca de 20% das cotas da empresa estão nas mãos de parte dos 115 funcionários. Para ter direito de comprar participação na empresa, o profissional deve ter, no mínimo, um ano de casa. "Pode vender a qualquer momento, mas deve dar preferência de compra à empresa. Não queremos incentivar a compra e venda para especulação", diz Catelli.

 

O coordenador de desenvolvimento da CAS, Leonardo Arenzon, de 26 anos, adquiriu suas primeiras cotas da empresa quando ainda era estagiário, em 2003. Na época, comprou 300 cotas a R$ 6 reais cada - hoje, cada cota vale R$ 43,50. "Desde então, todo ano recebo dividendos, que uso para comprar novas cotas, até o limite de meu salário", diz.
Atualmente, Arenzon acumula 500 cotas da empresa.

 

Catelli diz que esse programa atrai principalmente o perfil do profissional mais empreendedor. Ele cita o exemplo de Arenzon, que participou ativamente no desenvolvimento do principal produto da empresa, um sistema de automação para o mercado de energia e gás. "A empresa não dá, vende as cotas. Isso significa que quem compra acredita que a empresa vai chegar ao patamar que projeta", diz.

 

Para a gerente de negócios da consultoria de gestão de pessoas Across, Daniele Oliveira, essa modalidade de venda de participação ocorre principalmente no setor de tecnologia e agronegócio. "Esses programas funcionam melhor em empresas com alto faturamento."

 

Para a consultora do Sebrae São Paulo, Maria Cristina Alves, as empresas pequenas e médias já estão disputando com as grandes na retenção de talentos. "As empresas pequenas oferecem horários mais flexíveis, mais qualidade de vida e trabalham mais com sistemas de remuneração variável", diz.

 

Na fabricante de relógios de ponto Madis Rodbel, as ações são dadas como bonificação apenas para executivos da alta e média gerência, selecionados pelo conselho de administração da companhia. "Isso dá mais ânimo e motivação para se querer o bem da empresa", diz o vice-presidente da companhia, Rodrigo Pimenta. Atualmente, 7% das ações da empresa estão nas mãos de executivos.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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