Dias frios alavancam venda de categorias como cafés e sopas

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O calendário sazonal e de datas comemorativas é sempre um aliado do comércio e para aproveitar todas as oportunidades que ele traz é preciso atenção aos movimentos da indústria e às necessidades do varejo. Além disso, é necessário avaliar as características de cada período, se planejar e definir estratégias para alcançar os melhores resultados tanto em vendas como em satisfação do cliente varejista.

Depois do período da Páscoa é hora de voltar os esforços para a chegada da estação outono-inverno. Épocas em que o consumo de produtos como amendoim e seus derivados, bebidas quentes e misturas semi-prontas ganham espaço na cesta de compras do consumidor final. Aliás, segundo Rodrigo Maia Carvalho, diretor comercial da Cia Müller, as comemorações típicas das festas juninas e a própria queda de temperatura, são sempre períodos promissores para o mercado de bebidas. “A maior parte das nossas vendas são realizadas nessas estações. O quentão, bebida típica das festas juninas, é 100% apropriada para o uso da Cachaça 51”, comenta.

Com a pandemia, as comemorações das festas juninas são uma incógnita, especialmente porque se trata de eventos que reúnem grandes números de pessoas. Mas de qualquer forma, o consumo de produtos como amendoim e seus derivados deve ganhar um impulso nas vendas. O Brasil é, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o 14° maior produtor de Amendoim in natura do mundo e vem aumentando sua capacidade de produção. De acordo com Ubiracy Fonsêca, presidente da Abicab, a época é marcada não somente pelo aumento no consumo dos produtos a base de amendoim mas também pelo empenho das empresas na oferta de novos itens, embalagens caracterizadas e investimentos em exposição no ponto de venda. “Soma-se ainda a importância da temporada para a economia que, em 2019, por exemplo, registrou um aumento de 40% em empregos temporários dedicados ao período sazonal em relação ao mesmo período de 2018”, conta Fonsêca.

Outros produtos procurados nos meses mais frios do ano são pé de moleque, paçoca, amendoins crocantes, entre outros. “Em termos gerais e não apenas no período de festas, a pesquisa Conecta indicou que o tipo de produto mais consumido é a paçoca, seguido por amendoim japonês, amendoim sem pele e pé de moleque”, revela Fonsêca. Ainda segundo ele, é importante lembrar que além dos snacks de amendoim, a versatilidade do alimento e dos produtos disponibilizados pela indústria (como amendoim salgado, torrado, sem pele) permitem que a leguminosa seja utilizada em uma série de preparos e receitas dentro e fora do período de festas juninas.

Além da paçoca

Se o amendoim, em suas mais diferentes versões, reina nas Festas Juninas e também no inverno, outras categorias de produtos pegam carona e também aparecem com destaque nas gôndolas. “A sazonalidade apresenta grande oportunidade de incremento de vendas em algumas categorias de comidas típicas ou tradicionais, como paçoquinha, amendoim, pé de moleque, pipoca, curau, canjiquinha ou sagu, todas presentes no portfólio da Yoki, além de que o começo do tempo mais frio abre oportunidade para sopas e temperos”, diz Manuel Garabato, diretor de marketing LATAM da General Mills.

 

Ele ainda conta que a empresa atua ara auxiliar varejistas e distribuidores durante o período, com fornecimento de materiais e investimentos no ponto de venda para atrair os shoppers e potencializar vendas. “Montamos tradicionalmente barracas de Festa Junina em milhares de mercados pelo país, tudo para ter uma comunicação eficaz com nossos consumidores e auxiliar nossos clientes a ter um incremento de vendas importante nesta sazonalidade. Neste ano, mais uma vez, reforçaremos os atributos das nossas marcas em estar ao lado do consumidor desde o dia a dia até datas comemorativas, sempre transformando as refeições em momentos de celebração”, afirma. Garabato ainda destaca que, dentro do portfólio trabalhado pela empresa produtos como pipoca, batata palha, preparados como purê de batata, farofa e amendoins, paçoca, pé-de-moleque, canjica, canjiquinha e os temperos como canela e cravo. Além dos próprios produtos de inverno, que são os sopões e temperos Kitano, chás Lin Tea, ervilha, lentilha e grão de bico Yoki têm sua demanda aumentada.

bebidas para aquecer

Assim como o verão combina com cerveja o friozinho tem tudo a ver com bebidas destiladas e vinhos. Para Edgar Galbiatti, gerente de marketing da CRS Brands, quanto menor a temperatura maior é a demanda por vinhos e destilados. “Nesta época registramos pico nas vendas de vinhos de mesa da marca Dom Bosco. Mas também existem oportunidades para produtos comemorativos em cada uma dessas datas especiais. Vemos oportunidades nas marcas Cereser, Chuva e Prata e teremos foco no espumante Georges Aubert para o Dia dos Namorados”, comenta. Galbiatti ainda destaca que existe a necessidade de orientar os clientes do canal atacadista distribuidor para que eles também se planejem para capturar faturamento adicional em cada momento. “Além de providenciar estoque, trabalhar o quanto antes na exposição de produtos sazonais, explorando diferentes oportunidades para inspirar os clientes varejistas”, orienta.

Já a Cia Müller tem como carro-chefe do período a clássica Cachaça 51. “Ela continua sendo o nosso principal destaque, já que há uma alta geral nas vendas de cachaças. Linhas especiais, como a 51 Assinatura e a Reserva 51 – linha premium com as versões Única, Rara, Singular e Carvalho Americano – tem um aumento considerável no volume de vendas, também em função de harmonização com alimentos típicos da época”, ressalta Carvalho. “O momento é importante para introduzir novidades no mercado. Para produtos mais premium, é interessante que estejam mais facilmente disponíveis. Um mix de produtos de qualidade é importante para atrair um consumidor disposto a investir mais”, afirma.

O café pede espaço

Presente em 97% dos lares no Brasil, o café ganha ainda mais protagonismo com as temperaturas caem, especialmente como se olha para produtos diferenciados como capuccinos, por exemplo.

Vale dizer que, segundo Diogo Alves de Oliveira, shopper marketing e gerenciamento por categoria de 3corações, o café chega a ocupar 20% de participação em valor dentro da cesta de outros produtos matinais. Além disso, o Brasil representa 16% do volume total de cafés consumidos no mundo. “Mesmo sendo um mercado bastante maduro, as inovações não param e há muitas oportunidades de crescimento por meio de subcategorias com maior valor agregado como as cápsulas (+9% entre 2016 e 2021) e os cafés diferenciados e especiais (+21,8%)”, relata. Segundo ele, no período de inverno as categorias de café, cappuccino e achocolatado tendem a ter um maior consumo por parte do consumidor. “Cappuccino é o segmento em que a sazonalidade mais se acentua, se destacando frente aos demais.

O Grupo 3Corações possui produtos que são consumidos ao longo do ano todo, porém possui um incremento no período do inverno. A categoria de café possui maior performance e as subcategorias como cappuccino, café com leite e café solúvel incrementam seu volume de vendas”, afirma.

Segundo Luís Claudio Pinto, diretor de Vendas da JDE Brasil, detentora da marca Pilão, de acordo com a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, em 2019, o aumento pelo produto aumenta cerca de 30% e isso mostra uma boa oportunidade para a aquecer as vendas. “No período do inverno investimos na exposição da marca Pilão e no portfólio com produtos típicos para essa época do ano”, conta Pinto. Ele ainda reforça que assim como outros segmentos da indústria em todo o Brasil, o segmento de café também tem no setor de logística e distribuição um forte aliado para que seus produtos e serviços cheguem aos grandes atacadistas, varejistas e, consequentemente, ao consumidor final.

 

Fonte: Newtrade


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