Consumo deve crescer em Minas

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                                                       Projeção é que as vendas no Estado movimentem R$ 404,9 bilhões neste ano.

Ao contrário do que se projeta para o País, a expectativa é que o consumo em Minas Gerais e em Belo Horizonte deva crescer neste ano. A previsão faz parte do estudo Índice de Potencial de Consumo (IPC) Maps 2016, desenvolvido anualmente pela IPC Marketing Editora. Mesmo diante do quadro recessivo nacional, a projeção é de uma alta real de 0,2 ponto percentual no consumo no Estado e de 1,89% na capital mineira. Apesar de um crescimento nominal, passando de R$ 3,7 trilhões em 2015 para R$ 3,9 trilhões neste ano, o consumo no Brasil, descontada a inflação, deverá cair 3,3% no período.

O aumento do potencial de consumo em Minas, de acordo com o diretor da IPC Marketing e responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini, é explicado pela elevação na região do número de domicílios nas classes econômicas com maior poder aquisitivo. Em relação ao ano passado, a classe A aumentou nominalmente 1,7% e a B2 cresceu 0,2% no Estado.

Para 2016, é aguardado um consumo em Minas da ordem de R$ 404,9 bilhões. Houve uma elevação na quantidade de domicílios das classes A e B2 em Minas de 2015 para cá. O aumento nessas classes de melhor rendimento fez com que o potencial de consumo no Estado também crescesse?, avalia Pazzini.

Já em Belo Horizonte, a projeção de alta foi motivada pela expansão de residências entre as classes B2 e C1, que tiveram crescimento de 2,5% na comparação com o ano anterior. O consumo na Capital, quarta colocada no ranking dos maiores mercados entre os municípios brasileiros, deve chegar a R$ 73,5 bilhões.

O IPC Maps 2016 evidencia um movimento de interiorização do consumo, que não é novo, mas vem se consolidando pelo Brasil. Este ano, por exemplo, a expectativa é de que 70,3% de tudo o que será gasto pelos brasileiros, cerca de R$ 2,7 trilhões, irá se concentrar entre os municípios do interior. Um crescimento de 0,28 pp frente ao ano passado.

A migração das empresas nacionais e internacionais pelo País, atrás de menores custos e mais benefícios, pode explicar o fenômeno. ?Basicamente, o que tem ocorrido é um crescimento maior da população de elevado poder aquisitivo fora dos grandes centros em função do aumento da abertura de empresas fora das metrópoles. No interior, além das despesas menores, as cidades trabalham com a captação de negócios por meio de concessão de incentivos. Então, com mais empreendimentos no interior, há mais empregos, mais pessoas são atraídas e aumenta-se a participação desses municípios no consumo nacional?, analisa o diretor da IPC Marketing.

Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte (4º), sete cidades do interior figuram no Top 100 dos municípios brasileiros com maior potencial de consumo para 2016. São elas: Uberlândia (21º), Contagem (28º), Juiz de Fora (38º), Uberaba (63º), Betim (64º), Montes Claros (82º) e Ipatinga (97º). Esses municípios têm em comum o fato de serem polos em suas regiões, com um padrão e variedade de comércio maior do que a verificada em média nas outras cidades, atraindo consumidores das localidades próximas.

Gastos - De acordo com o estudo, os maiores gastos no Estado, segundo o perfil da população local, neste ano, devem ser com a manutenção do lar e estão estimados em mais de R$ 10,5 bilhões. Na segunda posição, estão as despesas com materiais de construção, em torno de R$ 3,2 bilhões, seguida pelos custos com alimentação no domicílio, cerca de R$ 2,7 bilhões.

?A gente observa que, como há um comprometimento maior da renda da população com despesas com necessidades básicas, o reflexo disso é que sobra menos dinheiro para a compra de itens de menor prioridade, e o comércio sente isso. Logo, a disponibilidade de crédito e uma maior facilidade de compra podem ajudar o empresário, contribuindo para que o consumidor compre por impacto, porque, se ele planejar, diante da crise, não vai comprar?, explica Pazzini.

O IPC Maps tem como base dados secundários, atualizados e pesquisados por meio de fontes oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e utiliza metodologia própria.

 



Veículo: Jornal do Comércio - MG


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