Abertura de filiais pode ajudar redes de eletroeletrônicos a driblar a crise

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                              Entre os eletrodomésticos, empresas dizem que as maiores quedas foram puxadas pelas lavadoras e pelos refrigeradores. Nos itens de linha marrom, a redução é na venda de televisores


São Paulo - Para diminuir o impacto negativo da crise econômica nas vendas de móveis e eletrodomésticos, que caíram 9,7% de janeiro a maio deste ano, de acordo com o IBGE, algumas redes apostam na abertura de filiais e no lançamento de cartões de crédito próprios.

As empresas têm buscado maneiras de driblar o desempenho ruim nas vendas. Algumas como a Via Varejo, dona das Casas Bahia e Ponto Frio, eliminou 3 mil vagas nas últimas semanas - 4,5% do quadro de pessoal do grupo. Já as bandeiras regionais, um pouco mais otimistas, apostam em expansão e clientes nas novas filiais, como a Zema com operações em seis estados, entre eles Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Bandeira de móveis, eletroeletrônicos, confecções, ferramentas, pneus e brinquedos, a Zema está entre as que registraram queda nas vendas no primeiro semestre.

A bandeira teve diminuição de 5% na comercialização de produtos de linha brancas na categoria "mesmas lojas". "As maiores quedas foram puxadas por lavadoras e refrigeradores. Já a venda de fogão se manteve em linha com o ano passado", ressaltou o gerente de compras da Zema, Márcio Freitas.

Apesar disso, Freitas comenta a expectativa de melhora embasada na abertura de filiais para os próximos meses. "Acreditamos que iremos superar as expectativas nas vendas". A companhia inaugurou este ano 22 lojas, totalizando 516 unidades. Até o final de 2015, a previsão é ter mais 15 lojas. De 2014 para cá, foram abertas 60 filiais. Para o gerente, mesmo com a expansão de unidades, dificuldades existem e é preciso se reinventar.

Estratégia

Para alavancar ainda mais o número de vendas, a rede Koerich afirma que está lançando no mercado o cartão de crédito com bandeira própria. "Todos os investimentos que estamos realizando nesta área são com capital da empresa", destacou o diretor comercial, Ronaldo Koerich. A expectativa da empresa é crescer 12% em relação ao ano passado. Em 2014, a empresa faturou R$ 556 milhões, aproximadamente.

Com 201 lojas espalhadas nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, a rede Berlanda garante ter visto aumento na venda de todos os produtos de linha branca e segue mais otimista. A empresa também anuncia planos de expansão e afirma que terá duas novas filiais em agosto. As lojas serão também nas regiões gaúcha e catarinense.

Assim, a rede espera aumentar o faturamento este ano em 5% em relação ao ano passado, quando faturou aproximadamente R$ 515 milhões. "Não temos ainda os resultados deste semestre, mas nos três primeiros meses registramos um aumento de 11% nos produtos de linha branca, em comparação ao mesmo período de 2014", destacou o diretor comercial da rede Berlanda, Emerson Ruzza Geremias.

O diretor explica que os produtos da linha marrom acompanharam os resultados do ano passado, mas espera redução na venda de televisores, que foram impulsionadas pela Copa do Mundo, em 2014.

Expectativa

Para o coordenador de pesquisas da Provar/FEA USP, Nuno Fouto, com a expressiva queda nas vendas do segmento, as grandes redes do varejo devem intensificar as operações de pagamento com cartões próprios, na tentativa de melhorar as opções de crédito e impulsionar as vendas do varejo.

Segundo Fouto, o comércio não terá recuperação nas vendas no segundo semestre para os produtos de linha branca e marrom. Para ele, a queda na procura por televisores já era esperada, pois a Copa do Mundo teve forte influência no aumento das vendas, mas outros fatores também contribuíram para o desempenho positivo. "É importante ressaltar que esses produtos têm forte apelo tecnológico e houve barateamento desses equipamentos".

Eletrolar Show

Na contramão do setor, a 10ª edição da Eletrolar Show, maior feira de bens duráveis da América Latina, se mostra otimista e espera que os últimos meses deste ano sirvam para impulsionar as vendas, por conta do Natal. O evento começou ontem e vai até o dia 23, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. São mais de 300 expositores e a expectativa é atrair compradores que representam 26 mil pontos de vendas. A previsão é movimentar perto de R$ 2 bilhões.

"O segundo semestre é sempre melhor. Já temos um clima quente, que normalmente impulsiona vendas de geladeiras, ventiladores e aparelhos de ar condicionado", diz o CEO do Grupo Eletrolar, Carlos Clur.



Veículo: Jornal DCI


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