Este é o segundo grande movimento em 2015 e reflete a queda na procura por eletrodomésticos
A Whirlpool Latin America iniciou, nesta quarta-feira, o segundo grande movimento de férias coletivas na fábrica de Joinville em 2015. Desta vez, a parada atinge três linhas de montagem por um período que varia entre 15 e 30 dias. De acordo com o sindicato dos trabalhadores, a medida abrange cerca de 600 funcionários, especialmente aqueles envolvidos na produção de freezers horizontais, e representa menos de 10% dos profissionais da manufatura.
Em fevereiro deste ano, tanto a fábrica quanto o setor administrativo pararam por um período de até 14 dias. Desde então, o sindicato observou mais 12 interrupções pontuais em diferentes linhas produtivas. Em nota oficial, a Whirlpool informa que vêm concedendo férias coletivas para nivelamento dos estoques, manutenções preventivas e alterações de processos e estruturas para introdução de novos produtos.
As férias coletivas estão sendo concedidas apenas na unidade de Joinville. No comunicado, a empresa reforça o compromisso em continuar inovando e investindo na cidade.
Encolhimento
Sobre as especulações de que haveria um plano de demissão para cerca de 500 profissionais, a empresa não confirma e alega que as férias têm como objetivo justamente manter o quadro. O sindicato classifica o plano como "conjectura" e diz que tudo vai depender da demanda do mercado nos próximos 30 dias por freezers horizontais para armazenamento de bebidas. Haveria a expectativa, segundo a entidade sindical, de fechamento de contratos ligados às Olimpíadas.
Nos últimos 12 meses, a Whirlpool reduziu em 3 mil o número de vagas no Brasil, promovendo uma série de medidas, como não reposição de vagas abertas, plano de demissão voluntária e extinção de cargos. Na conta do sindicato dos trabalhadores, Joinville participa do encolhimento com 1,2 mil funcionários em um período maior, de 24 meses.
De janeiro a março de 2015, o balanço da companhia registra queda no lucro líquido superior a 70%, na comparação com igual período de 2014.
— A empresa quer manter o nível de emprego, mas o mercado no Brasil não vem correspondendo e o inverno está chegando — afirma o presidente do sindicato laboral, Rolf Decker.
Veículo: Diário do Comércio - MG