Rodízio tem efeito menor à tarde

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CET divulga melhora geral na lentidão de 17%, mas exclui dias de chuva forte; entre 17 e 20h, redução foi de 5,7%

 

O rodízio para caminhões está completando hoje um mês de vigência em meio a dúvidas sobre se os benefícios para o trânsito serão duradouros. Em um comparativo com o mesmo período do ano passado, houve melhora de 17% nos índices de lentidão. No entanto, a Secretaria Municipal dos Transportes excluiu das contas os dados dos dias 7 e 8 deste mês, quando a chuva forte praticamente parou a cidade. Na sexta-feira, dia 8, a lentidão chegou a 211 quilômetros no pico da noite, às 19 horas. Quando os dados desses dias são contabilizados, a redução da lentidão fica em 11%. Assim como as medidas anteriores, o ganho não foi tão expressivo nos horários de pico da noite.

 

De acordo com os dados apresentados pela SMT, houve melhora em 13 dos 14 horários monitorados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). No entanto, o ganho foi pouco acentuado nos horários de pico da noite. Entre 17 e 20 horas, a média da lentidão deste ano foi de 96 quilômetros, ante 101,5 de 2007, uma redução de 5,7%. Nos horários de pico da manhã e no início da tarde, a redução nos índices de lentidão foi de 11%.

 

O Estado solicitou na segunda-feira à Secretaria Municipal dos Transportes (SMT) dados de lentidão de junho - mês anterior às férias escolares - e as médias de cada horário para efetuar outras comparações. Também foram pedidos números de multas e de caminhões guinchados após a implementação do rodízio. No entanto, não houve resposta.

 

Desde o dia 28 de julho, os veículos de carga passaram a obedecer a um sistema de rodízio igual ao dos automóveis. Um dia por semana, de acordo com o final da placa, os caminhões deixam de circular nas vias que contornam o centro expandido, incluindo as Marginais do Tietê e do Pinheiros, das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas.

 

O rodízio foi a terceira medida da Prefeitura envolvendo caminhões para tentar reduzir os congestionamentos na capital. Antes, em 30 de junho, foi aumentado de 25 para 100 quilômetros quadrados a Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), onde os caminhões não podem circular das 5 às 21 horas. Os Veículos Urbanos de Carga (VUCs) obedecem um sistema de rodízio de placas pares e ímpares para rodar nessa área, entre 10 e 16 horas (assim como os demais caminhões, os VUCs estão liberados das 21 às 5 horas).

 

Os especialistas se dividem a respeito da eficácia das medidas restritivas. O professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Jaime Waisman considera positivo impedir o acesso de caminhões no centro expandido durante o dia para reorganizar a logística do transporte de carga. Mas ele defende outras mudanças estruturais, como a construção de centrais de distribuição nas entradas das cidades, para receber as cargas dos caminhões. "Se ficar só na restrição, os ganhos serão perdidos com o tempo", diz.

 

Waisman diz que mudar as regras para os caminhões é o mais acertado no momento, pois a cidade não oferece estrutura para que as pessoas não circulem com os automóveis. "Para mexer com os carros, é preciso oferecer transporte público de qualidade. O que não é o caso", diz.

 

Para o consultor Horácio Augusto Figueira, os automóveis em pouco tempo vão recuperar o ganho com a restrição para caminhões. "No espaço de um caminhão, vão ter três carros. Além de multiplicar os congestionamentos, eles vão poluir por três também", diz.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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