Brinquedos: Lego avança no Norte e Nordeste

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Encaixar peças de Lego é uma brincadeira cada vez mais comum no Norte e no Nordeste. No ano passado, enquanto as vendas do brinquedo cresceram 24% no Sudeste, principal mercado da empresa no país, o avanço foi de 74% no Nordeste e de 84% no Norte. O ritmo de expansão das duas regiões superou com folga a taxa de crescimento de 30% registrada em 2010 pela marca no Brasil, país onde a Lego mais fatura na América Latina.

 

Como a base de comparação é baixa e o restante do país também avança, a participação do Nordeste no faturamento brasileiro da Lego ainda é pequena, de 9%. A empresa espera que essa fatia chegue aos dois dígitos em 2011. A parcela atual do Norte é de 4%, também com perspectiva de crescimento. O Sudeste ainda lidera absoluto, com 62% do faturamento obtido no país. O Sul tem 18% e o Centro-Oeste, 7%.

 

Segundo Robério Esteves, diretor de operações da M.Cassab, representante da Lego no Brasil, a varejista que mais vende Lego no Nordeste fechou o primeiro semestre deste ano com crescimento de 100% nas vendas do brinquedo, quando a expectativa para o ano era de avanço de 25%. As perspectivas são ainda melhores considerando a sazonalidade. "No mercado de brinquedos, o segundo semestre responde por 65% a 70% do faturamento, por conta do Dia das Crianças e do Natal"

 

O avanço da empresa na região, de acordo com Esteves, está relacionado ao aumento da renda da população, mas também à profissionalização do varejo. "Vemos mais lojas divididas de maneira inteligente, com vendedores e balconistas treinados e estimulados".

 

Ceará, Piauí, Pernambuco, Pará e Amazonas são os Estados que se destacam nesse avanço, em que a Lego aposta cada vez mais fichas. "Sempre existiu uma visão de que não havia mercado nessa região, mas ela estava e ainda está carente de produtos premium", diz Esteves.

 

O executivo também atribui o desempenho aos treinamentos promovidos pela Lego. "Vender uma bola não requer qualquer explicação, mas isso não acontece com o Lego", diz Esteves. A empresa investe 6% a 7% do faturamento anual em marketing, o que inclui o treinamento de funcionários das varejistas de brinquedos.

 

O preço da Lego é tabelado no país, mas os 240 tipos de produtos, que custam de R$ 14,90 a R$ 600, são distribuídos de acordo com o perfil da loja. Em todo o Brasil, o item mais vendido é o de R$ 14,90, com pequeno número de peças. A linha de maior sucesso é a Lego City.

 

Em todo o país, a expectativa é que as vendas cresçam 20% em 2011, índice que se confirmou no primeiro semestre, segundo Esteves. Ele atribui a projeção, menor do que os 30% verificados no ano passado, à base de comparação anterior bastante alta. Esteves, que acaba de chegar de uma reunião na matriz, na Dinamarca, diz que a empresa vê com otimismo o mercado brasileiro.

 

O grupo já considerou inclusive a possibilidade de o país sediar um "Legoland", parque de diversões presente na Dinamarca e na Califórnia. Mas, segundo Esteves, a decisão ainda depende do aumento da receita no mercado brasileiro. "Os parques atendem a mercados maduros, onde já alcançamos nível de faturamento bastante alto", diz. Em 2010, a quarta maior fabricante de brinquedos do mundo faturou US$ 3 bilhões.

 


Veículo: Valor Econômico


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