Ovo de Páscoa fica abaixo da inflação

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A invasão dos ovos de chocolate nas prateleiras dos supermercados é sinal que a Páscoa está bem próxima. Mas nem mesmo a alta de até 20% nas cotações das principais matérias-primas do chocolate, como o cacau e o açúcar, devem amargar a festa. As empresas estimam um repasse entre 3% e 7% para o consumidor. Em alguns casos, o índice fica abaixo da inflação nos últimos 12 meses, que foi de 6,01%, segundo o IBGE.

 

A Kraft, fabricante dos produtos Lacta, aponta um reajuste médio de 3% nos preço dos ovos da marca. Segundo a gerente de Páscoa da companhia, Mariana Perota, o cacau está 15% mais caro e o açúcar, quase 20%. Outro fator que influenciou o preço foi a alta de 20% do custo da mão de obra chinesa. Ovos com brinquedos fabricados na China representam 33% do portfólio da empresa.

 

Já a Garoto, que renovou 80% do seu portfólio, indica um aumento médio de 3,5%. Na Cacau Show, os preços subiram em média 7%, segundo Stefenson Soalheiro, gerente de marketing da empresa. Mesmo como aumento do custo do produto, a empresa apostou alto e elevou sua produção em 40%, com expectativa de faturar 50% a mais em relação à Páscoa do ano passado.

 

Em nota, a Nestlé informa que, de forma geral, “não houve impacto significativo no preço e o aumento ficou abaixo da inflação do período e do aumento das commodities (matérias-primas)”.

 

Na avaliação do diretor de economia da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira, a indústria não vai passar a íntegra do aumento das matérias-primas porque vai continuar usando o mecanismo de diminuição do peso do produto para manutenção dos preços na gôndola dos supermercados. “O consumidor acaba não percebendo essa alta no quilo do chocolate por causa do ajuste de gramatura. Com isso, o ovo continua tendo o mesmo preço”, pontua o diretor.

 

Como ainda falta mais de um mês para a Páscoa, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Getúlio Ursulino Neto, diz que o consumidor está na fase de analisar as novidades e escolher o produto ideal. “São muitas novidades, cerca de 80% são lançamentos. O importante é não deixar para a última hora e correr o risco de ficar sem o ovo que queria.”

 

A empresária Tatiana de Castro, 37 anos, está na fase de pesquisa. Mas a ida ao supermercado com a filha Ana Beatriz, 6, sempre resulta na compra de um ovo de menor valor antes da Páscoa. Por enquanto, a lista de pedidos inclui os ovos da Barbie, da Hello Kitty e da Moranguinho. “Os ovos são caros. Acabamos pagando mais pelo brinquedo, mas não notei aumento em relação ao ano passado.”

 

Já a operadora de telemarketing Ana Carolina Francisco, 20 anos, notou uma “leve” alta nos preços. O filho Christian, de 2 anos, já pediu um ovo do Ben 10, mas por enquanto, ficou com um de menor valor, de R$ 10. “Tenho que comprar chocolate para a minha mãe, minha sobrinha, mas estou pesquisando. Vou deixar para comprar mais para frente. Estou vendo as novidades.”

 

Quem deixar a compra para os últimos dias não deve encontrar preços mais baixos. O diretor Apas, Martinho Moreira, acredita que os preços devem ser constantes até a Páscoa. “Um dia antes da Páscoa determinadas redes fazem promoções, mas de produtos que não venderam tanto. O ideal é antecipar as compras porque costuma faltar produtos”, aconselha.

 

Outras opções

 

A Mars, fabricante dos M&M’s, aposta em opções que possam servir como complemento aos ovos. Uma delas é a embalagem com ovinhos de chocolate. “Nossas estimativas indicam que mais de 40% dos domicílios compram outros produtos que não são ovos. Apostamos nesta fatia”, conta Valdir Nascimento, gerente de marketing e trade de chocolate da Mars Brasil. A empresa trabalha com a mesma tabela de preços do ano passado.

 


Veículo: Jornal da Tarde - SP


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