Demanda gera produção local de tecnologia

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A demanda dos brasileiros por tecnologia faz com que grandes companhias alcancem escala para produzir localmente. É o caso da coreana Samsung que terá cinco novos modelos de notebook produzidos no País em 2010. Sua conterrânea LG não vai ficar atrás e terá novos modelos de televisores de LCD já no primeiro semestre do ano, com tecnologias de interatividade que prometem "mexer com o mercado". A finlandesa Nokia, mesmo no meio de uma crise em sua área de pesquisa e desenvolvimento, trouxe ao Brasil a produção de seu primeiro receptor de televisão digital para o sistema brasileiro.

 

A Samsung traz ao País sua produção de laptops, esperando chegar ao fim de 2010 com um volume de 13 milhões de unidades vendidas. Segundo Han Jin Oh, presidente da empresa, "a produção deve começar em março".

 

Outra importante oportunidade para os coreanos da Samsung é produzir aparelhos tocadores de Blu-Ray, tecnologia que deve suplantar o DVD. "Esses aparelhos são uma boa chance para a empresa se inserir no mercado de alta definição", explica Han. Aliada ao mercado dos novos televisores de LCD e de plasma, que chegam com melhor qualidade de imagem e completa adaptação ao formato da televisão digital, cresce a demanda por conteúdos em vídeo, como filmes e shows, que ofereçam qualidade de som e imagem compatível com a que o televisor pode proporcionar.

 

Além dos produtos de informática, a empresa deve focar sua produção no mercado de aparelhos de ar-condicionado e eletrodomésticos. Segundo Han, as linhas fazem parte de um plano de expansão da empresa no País cujos valores de investimento ainda não podem ser divulgados.

 

Mesmo em queda de 17,4% em relação aos nove primeiros meses do ano passado, o mercado de tocadores de DVD faturou US$ 177,6 milhões em 2009.

 

A Nokia, que cortou mais de 500 postos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na semana passada, e anunciou que reduziria os lançamentos de celulares, trouxe seu primeiro receptor de televisão digital para celulares compatível com o modelo brasileiro. Segundo a empresa, a despeito das drásticas reduções em P&D no mundo, o lançamento foi possível graças a investimentos do Instituto Nokia de Tecnologia (INdT), em Manaus. O receptor é uma variação - na verdade, uma adaptação ao modelo nacional - do produzido na Europa e tem o software que atende ao modelo de televisão digital do continente.

 

Televisores de LCD

 

Não por acaso, o setor de televisores de Liquid Crystal Display (LCD, ou tela de cristais líquidos), que nos nove primeiros meses deste ano teve o maior crescimento de faturamento ante o mesmo período de 2008, arrecadando US$ 1,73 bilhão - 27,83% sobre o ano passado -, deve capitanear o segmento de eletroeletrônicos, o principal do Polo Industrial de Manaus (PIM), responsável por quase 43% do faturamento local.

 

A LG, que recentemente lançou no varejo sua linha de televisores Borderless, planeja no ano que vem produzir o primeiro televisor 3D do mundo. O protótipo foi apresentado no Brasil na última quarta-feira, mas ainda não tem previsão de lançamento. A experiência, no entanto, promete trazer para dentro de casa a realidade dos cinemas em 3D, que são sucesso no mundo todo com modelos como o canadense Imax, que chegou este ano ao Brasil.

 

Eduardo Toni, diretor de Marketing da LG, diz que os planos da empresa são iniciar a produção em 2010, e que a companhia tem capacidade de fabricar o produto no País. "[O televisor] vai chegar inicialmente para um mercado especializado", explica Toni. Por causa do preço, diz o diretor, e da baixa disponibilidade de conteúdo específico para 3D, o mercado dessa novidade será um pouco restrito, inicialmente. "À medida que mais conteúdo seja disponibilizado, maior será a demanda."

 

O segmento de televisores de LCD representa 50% do faturamento da divisão de eletroeletrônicos da Philips, empresa com sede nos Países Baixos que deve trazer ao mercado nacional, ainda no primeiro semestre de 2010, um formato diferenciado de televisor de LCD: o 21:9. Este formato de tela - ainda maior na proporção horizontal - simula o das telas de cinema e elimina as faixas escuras que o tamanho convencional dos televisores de LCD (16:9) deixa acima e abaixo da imagem na exibição em modo widescreen.

 

De acordo com Júlio Pacine, diretor industrial da Philips, os primeiros modelos serão importados, porque "a estratégia de produção local depende do volume de vendas". De acordo com o executivo, o televisor, que deve ser o produto de ponta do portfólio da companhia no mercado em 2010, precisaria de uma demanda média de 10 mil unidades anualmente para compensar a produção local.

 

Mercado

 

De olho num mercado que movimentou US$ 7,5 bilhões de janeiro a setembro de 2009, fabricantes de eletroeletrônicos ancoram suas novidades no Porto de Manaus (AM) a fim de ampliar a fabricação local de seus produtos. Além de olhar para o mercado nacional, onde a participação dos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus chega a perfazer 35% dos celulares e 40% dos produtos de informática, as empresas do Polo Industrial de Manaus disputam cada oportunidade de exportação. O comércio com outros países gera, em mais de 80% das operações, retorno superior a US$ 10 milhões ao ano.

 

De janeiro a setembro de 2009, dos principais produtos que saíram do PIM rumo a América do Norte, América Latina e Europa, 34,85% foram terminais portáteis de telefonia celular. O faturamento acumulado dos nove primeiros meses do ano com as exportações destes produtos de telefonia - US$ 208,95 milhões - segue o rompante crescimento da telefonia móvel na América Latina, onde Uruguai, Peru e Colômbia cresceram 55,5%, 50,4% e 41,2% respectivamente, segundo pesquisa divulgada na semana passada pela consultoria Gartner.

 

A demanda por bens de consumo no Brasil faz com que grandes companhias redesenhem suas estratégias para atender o mercado, aquecido. No ramo de tecnologia, por exemplo, o avanço das vendas já garante escala suficiente para que empresas como a coreana Samsung passem a produzir notebooks localmente. A empresa fabricará nada menos do que cinco novos modelos no País, em 2010, na Zona Franca de Manaus. A sua conterrânea LG terá novos tipos de televisores LCD no primeiro semestre de 2010, com novas tecnologias de interatividade. A finlandesa Nokia trouxe ao País a produção de seu primeiro receptor de televisão digital adaptado ao sistema brasileiro.

 

A Samsung espera chegar ao fim de 2010 com um volume de 13 milhões de unidades vendidas no País. Segundo Han Jin Oh, presidente da empresa, "a produção deve começar em março".

 

Outra importante oportunidade para os coreanos da Samsung é a produção de aparelhos tocadores de Blu-Ray - uma tecnologia que deve suplantar a do DVD. "Os aparelhos representam uma boa chance para a empresa se inserir no mercado de alta definição", explica Han.

 

Além dos produtos de informática, a empresa deve enfocar sua produção no mercado de ar-condicionado e eletrodomésticos. Segundo Han, as linhas fazem parte de um plano de expansão da empresa no País cujos valores de investimento ainda não podem ser divulgados.

 


Veículo: DCI


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