Maior desde 1950, deflação nos preços industriais chegou ao consumidor

Leia em 1min 50s

Os produtos industriais no atacado recuaram com força no primeiro semestre do ano, tombo que se estendeu ao varejo, como mostra a evolução das cotações dos bens de consumo duráveis. De janeiro a junho, bens industriais no atacado caíram 4,39%, segundo números do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), enquanto os duráveis (como automóveis e eletroeletrônicos) recuaram 2,8%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

Esse resultado, porém, não tem sido suficiente para levar a uma queda mais forte da inflação ao consumidor, em grande parte devido ao comportamento das cotações de serviços, que subiram 4,3% no ano e 7,2% em 12 meses. A expectativa dos analistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central (BC) é de que o IPCA de 2009 fique em 4,53%, um pouco acima do centro da meta de inflação, de 4,5%. Nos 12 meses até junho, o indicador acumula alta de 4,8%.

 

Ontem, o IGP-M de julho encerrou o mês com deflação de 0,43%, fazendo o indicador encerrar o período de 12 meses também no terreno negativo, com uma variação negativa de 0,67%, primeira vez desde maio de 2006.

 

O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, diz que os preços de produtos industriais caíram por conta dos reflexos da crise, traduzidos no desaquecimento da economia e no recuo das commodities em relação às máximas atingidas no meio do ano passado, e também devido às desonerações tributárias promovidas pelo governo. O Índice de Preços no Atacado (IPA) industrial registrou deflação nos últimos sete meses, acumulando queda de 0,43% nos 12 meses até junho, a menor variação nessa base de comparação desde abril de 1950.

 

As cotações de algumas matérias-primas recuaram com força, indicando o barateamento de insumos. O minério de ferro, por exemplo, caiu 12,91% no IGP-DI de junho. Com a elevada ociosidade na indústria, o panorama inflacionário no setor é dos mais tranquilos. No segundo trimestre, o índice de difusão, que mostra o percentual de itens em alta, ficou em 30%, percentual bem inferior aos mais de 50% do mesmo período de 2008, segundo cálculos da LCA.

 

Veículo: Valor


Veja também

Acordo entre Mercosul e UE vira prioridade

A negociação de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia passou a ter, pa...

Veja mais
Copom sinaliza com cautela no juro, por temor da inflação

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem pelo Banco Central (BC) aponta, que de...

Veja mais
O lado bom e o ruim da desvalorização do dólar

Presentes importados devem ficar, em média, até 20% mais baratos no Natal deste ano, ante igual épo...

Veja mais
Na rica Brasília, a crise foi mesmo uma marolinha

Cidade teve blindagem do poder aquisitivo da população, emprego estável e programa de investimentos...

Veja mais
Mercado projeta inflação em queda e juros podem cair

Com a queda consecutiva por quatro semanas nas projeções do Índice Geral de Preços de Mercad...

Veja mais
Cesta de compras do RJ sobe 1,04% no 1º semestre

O custo da cesta de compras do Estado do Rio de Janeiro registrou alta de 1,04%, no primeiro semestre de 2009 resultado ...

Veja mais
Indústria já reduz perdas de produtividade

A MWM International viu sua produção cair subitamente de uma média mensal de 12,5 mil motores para ...

Veja mais
Alimentos freiam IPCA-15, que contraria previsão e sobe 0,22%

A desaceleração da alta nos preços, especialmente dos produtos alimentícios, foi estendida a...

Veja mais
Desemprego cai e economia reage nos supermercados.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma queda no desemprego para 8,1% em junho, con...

Veja mais