Nossa Caixa barateia crédito para pequena e média empresa

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O governo federal agora também conta com as forças da Nossa Caixa para ampliar a oferta de crédito no país como medida de combate aos efeitos da crise econômica internacional. A instituição, que pertencia ao Estado de São Paulo e foi vendida ao Banco do Brasil em novembro último, anunciou ontem a criação de uma nova linha de financiamento para micro, pequenas e médias empresas no valor de R$ 1,5 bilhão, montante que pode ser elevado dependendo da procura.
Por ora, os empréstimos somente estão disponíveis para os clientes da Nossa Caixa.

 

A nova linha de crédito, a Giro Flex, tem juros de 1,55% ao mês a 1,80% mês -taxa 60% inferior à cobrada antes-, prazo de até 36 meses para quitação e carência de até 180 meses para o início do pagamento.
"Este é um banco que quer emprestar", disse, ontem, durante a sua posse como presidente da Nossa Caixa, o economista Demian Fiocca -que até abril era vice-presidente da Vale. Além de idealizar a Giro Flex, a instituição diminuiu os juros de outras linhas para pessoa jurídica e oferecerá crédito consignado a aposentados.

 

Ao nomear Fiocca, Guido Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que ele "será cobrado para atingir resultados ambiciosos". Por sua vez, o executivo comentou que as estratégias serão executadas dentro dos limites de segurança para instituições financeiras. "Aumentaremos a nossa carteira comercial em 50% até o final do ano."

 

Com a aquisição da Nossa Caixa, o BB conquistou a liderança em número de agências no Estado de São Paulo; ainda é o segundo em ativos e em carteira de financiamentos. "Garanto que em pouco tempo assumiremos a primeira posição", disse Aldemir Bendine, presidente do banco federal.
Na concorrida cerimônia -estavam presentes dezenas de políticos e empresários-, notou-se a falta do governador José Serra. A sua assessoria informou que no mesmo horário ele entregava apartamentos populares na cidade de São Paulo. O secretário-adjunto da Fazenda paulista, George Tormin, representou-o.

 

Conduzir a união da Nossa Caixa com o BB é a segunda missão de Fiocca à frente do banco. Ele substituiu no cargo Paulo Bonzanini, indicado para a posição há quatro meses.
Na visão de Fiocca, o fato de que a Nossa Caixa será incorporada ao BB não quer dizer que, até a conclusão desse movimento, a instituição não possa ter uma atuação contundente. "Continuaremos acelerando."

 

Essa tática é oposta à geralmente adotada em integrações: enfraquecer rapidamente o concorrente comprado.
A gestão Serra espera o encerramento da fusão para usar livremente o nome Nossa Caixa na sua agência de fomento estadual, a Nossa Caixa Desenvolvimento, que já iniciou atividade. Bendine afirmou que ainda não está definido quando o BB abrirá mão da marca, só disse que isso "provavelmente" vai ocorrer. "Por um bom tempo", ela ainda será empregada, diz.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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