Brasil fecha 1,19 milhão de vagas de trabalho no primeiro semestre de 2020, diz governo

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A economia brasileira fechou 1,19 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre de 2020, informou nesta terça-feira (28) o Ministério da Economia. Os números fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

 

De acordo com o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, esse é o pior resultado para o primeiro semestre desde 1992, início da série histórica do Caged. "E é natural que isso aconteça também. É a maior crise da história do país, com os respectivos impactos em termos de mercado de trabalho", disse.

 

O saldo é a diferença entre as contratações e as demissões. No semestre foram registrados 7,9 milhões de desligamentos e 6,7 milhões de novas admissões. No mesmo período de 2019, o saldo havia sido positivo. Na época, foram criadas 408 mil vagas, o melhor resultado desde 2014.

Considerando exclusivamente o mês de junho, foram fechadas 10,9 mil vagas de emprego formal. Em maio, haviam sido 350 mil. Em abril, pior mês do ano até aqui, foram fechadas 918 mil vagas.

 

O mercado de trabalho, assim como toda a economia, sofreu diretamente o impacto da pandemia do novo coronavírus. O alto risco de contágio em locais cheios ou fechados, assim como as medidas de isolamento social, tomadas de acordo com orientações de autoridades de saúde, diminuíram a circulação de pessoas e o consumo de diversos bens e serviços. Em grande parte dos estados, as medidas foram flexibilizadas nas últimas semanas.


Para o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, os números de junho indicam uma retomada da economia no país. 
"Eu posso trazer indícios claros que nós já iniciamos a retomada, que no mercado de trabalho ela é muito forte, e podemos surpreender o mundo, como o nosso ministro [Paulo Guedes] tem dito", afirmou o secretário.

 

Ele destacou que o número de vagas fechadas vem diminuindo expressivamente desde abril. "Estamos comparando três meses na minha fala. Abril, menos 900 mil [vagas]. Maio, menos 350 mil. Junho, menos 10 mil. Isso aproximadamente. Uma melhora muito significativa", completou.

 

Perspectivas para os próximos meses


Em entrevista coletiva após a divulgação dos dados, a equipe econômica afirmou que a desaceleração do desemprego registrada em junho gera perspectivas "muito positivas" para os próximos meses. 
Bianco atribuiu o resultado a ações tomadas pelo governo na pandemia para manutenção do emprego, como o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (Bem).

 

"São duas coisas fundamentais. A melhora da economia, de a gente começar a ver uma retomada, e a preservação de empregos causada pelos benefícios, especialmente o Bem, medidas de créditos. E mais um elemento fundamental, a prorrogação do Bem. As pessoas podem fazer mais 2 meses de suspensão e mais um mês de redução. Perspectivas muito positivas da economia nos próximos meses", afirmou o secretário.


Por setor


O setor de serviços foi o que mais fechou vagas no primeiro semestre de 2020: 507.708 no total. Logo depois vem o setor de comércio, com 474.511 vagas a menos. A construção teve 32.092 vagas fechadas. 
O setor da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi o único com abertura de novos empregos formais. Foram 62.633 vagas criadas nos primeiro semestre.

 

Considerando apenas junho, o setor de serviços fechou 44,8 mil vagas. O comércio fechou 16,6 mil. Em junho, a agropecuária abriu 36,8 mil novas vagas. A construção civil registrou saldo positivo de 17,2 mil novos postos de trabalho.

 

Por regiões

Veja o saldo de empregos formais no semestre por regiões:

Centro-Oeste: - 27,3 mil
Norte: - 27 mil
Sul: - 195,1 mil
Nordeste: - 258,8 mil
Sudeste: - 690,7 mil


Veja o saldo de empregos formais em junho por regiões:

Centro-Oeste: + 10 mil
Norte: + 6,5 mil
Sul: + 1,6 mil
Nordeste: - 1,3 mil
Sudeste: - 28,5 mil


Estados


Entre os estados, São Paulo teve o pior saldo do semestre, com 364.470 vagas fechadas. A segunda maior queda foi do Rio de Janeiro, com saldo negativo de 184.928 vagas.

Mato Grosso e Acre tiveram os melhores resultados no semestre, com 3.565 e 1.270 vagas criadas, respectivamente.


Fonte: G1

 

 


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