Cadeia produtiva é nova prioridade nas empresas

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40% delas já mudaram a produção para atender a critérios "verdes"

 

As empresas no Brasil estão mudando sua percepção de sustentabilidade. O tema passou a ser critério importante para a escolha de fornecedores e desenvolvimento de novos produtos. Na prática, elas estão praticando menos filantropia e trabalhando mais suas cadeias produtivas. Hoje, 40% das empresas admitem que, por pressão dos consumidores, estão mudando seus produtos e processos com o objetivo de atender a princípios socioambientais.

 

É o que mostra estudo realizado pela consultoria Deloitte, realizado entre os dias 20 de março e 2 de abril e que envolveu 115 empresas de diferentes portes e setores. Segundo a pesquisa, 78% das empresas ouvidas adotam práticas de sustentabilidade, sendo que 57% estão realizando ações para adequar sua cadeia de fornecedores às novas exigências do mercado.

 

"A cadeia de suprimentos aparece como uma nova fonte de preocupações, e também de oportunidades para as empresas", afirma Altair Rossato, consultor esp ecializado em consumo e varejo da Deloitte. A pressão dos consumidores e acionistas e o risco de ter a imagem associada a práticas como desmatamento, poluição e trabalho infantil e escravo estão levando a essa mudança de prioridades.

 

"As empresas estão percebendo que o consumidor está revendo suas opções de compra e a sustentabilidade passa a constituir um dos itens avaliados na escolha do produto", diz Rossato. Segundo ele, essa postura já influencia setores como o varejo, que têm contato mais direto com os clientes. Essa preocupação está levando grandes redes, com o Wal-Mart, a buscar o desenvolvimento de produtos mais sustentáveis com seus fornecedores. "Mais de 90% dos nossos impactos ambientais estão ligados à cadeia de suprimentos", diz Christianne Urioste, gerente de sustentabilidade do Wal-Mart Brasil.

 

Há dois anos, a rede tem desenvolvido produtos de sua marca própria com esse viés - do programa nasceram linhas de orgâni cos, um cobertor feito com fibras recicladas de PET e embalagens com certificação FSC. Agora, acabou de chegar às gôndolas das lojas da bandeira de atacado Maxxi um sabão feito 100% com óleo reaproveitado das próprias lojas. A rede também está trabalhando com fornecedores para lançar, até o final do ano, dez categorias de produtos inovadores em sustentabilidade. "São esses fatores que vão influenciar a decisão de compra no futuro próximo", diz Christianne.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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