Consumo de carne clandestina ainda é alto

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Um brasileiro consome, em média, 85 quilos de carne por ano, segundo estimativa do Ministério da Agricultura. Mas, na hora de comprar, é preciso atenção.
Rica em proteínas, a carne tornouse um produto polêmico especialmente pela facilidade de contaminação. Daí vem a importância de consumir alimentos produzidos dentro de  critérios de segurança alimentar.

 

Estimativa da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) avalia que cerca de 50% da carne bovina produzida no Estado tenha origem no abate clandestino. Este, de acordo com o superintendente do órgão, Altair Santana, é um dos primeiros fatores que podem prejudicar a qualidade do alimento a ser servido à mesa. “Antes de comprar, o consumidor deve verificar se a carne tem o selo de inspeção federal (Sif ) ou o selo de inspeção estadual da Adab”, alerta.

 

“O problema com a carne clandestina está presente em todos os tipos de cultivo, mas com a carne bovina é maior porque o nosso rebanho é maior também”, comenta o superintendente da Adab. Ele explica que a inspeção tem início no cultivo, com a garantia de que o animal foi criado livre de doenças e em boas condições sanitárias. Antes de chegar ao consumidor, a inspeção também leva em conta critérios de abate, embalagem e transporte.

 

A vigilância sanitária também inspeciona as condições dos estabelecimentos de venda, que também podem ser denunciados ao Procon, se houver a suspeita de irregularidade.

 

FRANGO

 

Assim como a carne de boi, o frango é um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros, são 38 quilos por pessoa ao ano. Tido como um alimento barato, o frango ganhou popularidade.

 

Uma das principais polêmicas que envolvem o frango é a presença de hormônio.
O presidente da Associação Brasileira de Avicultura, Ariel Mendes, afirma que não existe adição de hormônio na dieta dos frangos de granja. De acordo com ele, a substância é proibida pelo Ministério da Agricultura e a tecnologia de cultivo utiliza a evolução genética das espécies e a adição de antibióticos e promotores de crescimento.

 

A nutricionista Rúbia Pinho confirma que não há a utilização de hormônios na carne de frango.
Ela explica, porém, que o frango é confinado em espaços pequenos é um animal com alta carga de estresse que ainda recebe grande quantidade de antibióticos.
A nutricionista afirma que algumas redes de supermercado realizam testes de toxicidade nos alimentos comercializados, como critério de aprovação ou rejeição de fornecedores.

 

“O consumidor pode procurar a nutricionista responsável pelo Controle de Qualidade e Segurança Alimentar do estabelecimento e buscar informações”, sugere. De acordo com a nutricionista, a empresa que se recusar a dar informações ou dificultar o acesso ao consumidor deve ser evitada na hora da compra.

 

CAIPIRA

 

A carne de frango mais saudável, segundo Rúbia Pinho, é o “frango caipira”. Na Bahia não há produção com certificação de carnes e ovos de galinha caipira.
 Mas a comercialização dos produtos é livre. “Isso significa que o consumidor pode procurar nos supermercados. Caso não encontre a galinha caipira, ele pode optar pelo supermercado que tem o melhor Controle de Qualidade”, afirma.

 

O superintendente da Adab, Altair Santana, alerta para os estabelecimentos que abatem o frango na hora da venda. “Este é um abate clandestino e ilegal”, afirma. Ele explica que nesses pontos-de-venda não há a estrutura adequada para o abate e descarte de resíduos. “A estimativa é que cerca de 25% do frango consumido na Bahia tenha origem neses locais. Mas a fiscalização está se intensificando, sobretudo pelos órgãos municipais”, declarou.

 

Veículo: A Tarde - BA


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