Com disparada de preço, consumidor trocar carne bovina por porco e frango

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Muita gente já sentiu no bolso: o preço médio das carnes vem aumentando significativamente ao longo do ano, como mostram dados da GS Ciência do Consumo, empresa de inteligência e soluções tecnológicas voltadas para a indústria e o varejo. De janeiro a outubro, houve um aumento de mais de 25% nos preços.

Essa alta é puxada, principalmente, pela carne bovina, o que tem levado a uma mudança de hábitos no consumidor, que passou a comprar mais carne de frango e de porco, mais baratas, para economizar. A plataforma da GS registrou queda de 10,1% no número de vendas de carne bovina em outubro, enquanto as aves tiveram alta de 3,5% e os suínos, de 1,5%.

O preço médio do quilo das carnes bovinas ficou em R$ 31,94 em outubro, contra R$ 22,53 dos suínos e R$ 14,73 das aves, segundo a empresa.

“A variação cambial impacta esse cenário, pois o dólar alto favorece as exportações. Os produtores acabam destinando a maior parte da produção para o exterior, levando a um aumento de preço no mercado interno. O mesmo acontece com os grãos, que são insumo para as rações do gado”, diz Evandro Filie Alampi, Head de Inteligência da GS Ciência do Consumo.

Preço deve subir mais com festas de fim de ano

Se o churrasco está mais caro, a ceia também deve ficar. Apesar de as carnes de aves e suínas estarem sendo um alívio para o bolso, elas apresentam tendência de alta nos preços. De setembro para outubro, o preço da carne suína subiu 9,5% e a de frango, 5,9%, enquanto a variação da carne bovina ficou em 1,9%, segundo a empresa de tecnologia para o varejo.

“Historicamente, no fim do ano aumenta a demanda por aves e suínos, o que também eleva os preços. Esse movimento também é esperado este ano, mesmo com as comemorações mais discretas por causa da pandemia”, avalia.

Carne de 2ª custa o mesmo que a de 1ª custava dois anos atrás

A análise dos dados também revela que os cortes dianteiros, considerados carnes de segunda qualidade, estavam com o preço do quilo na faixa dos R$ 22 em outubro, o mesmo valor que os cortes traseiros, considerados nobres, tinham em outubro de 2018. Ou seja, a carne de segunda hoje custa o mesmo que a carne de primeira custava dois anos atrás.

E a má notícia é que não há expectativa de mudanças no mercado a curto prazo, de acordo com o analista. “Enquanto o dólar permanecer alto, não deve haver melhora nos preços”, diz ele.
Números oficiais também demonstram essa alta. Segundo o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), houve aumento de 4,89% no preço das carnes em novembro.


Fonte: Newtrade 


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