Valor dos contratos pode cair até 20%

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Em meio à turbulência nos mercados, importadores devem pressionar seus fornecedores para baixar o valor dos contratos de exportação. No caso das carnes, a estimativa é de que haja margem de até 20% para recuo nos preços, segundo Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. "Saímos de um câmbio de R$ 1,60 para R$ 2,10, ou seja, 31% de alta. Considerando-se o aumento das taxas de juros, poderíamos dizer que o setor exportador no Brasil conseguiria suportar uma negociação de preço de até 20%", complementa o especialista.

 

O Frigorífico Minerva, um dos maiores exportadores de carne do Brasil, afirmou por meio de nota que ainda não houve nenhuma renegociação de contratos e nenhum movimento atípico em relação às exportações. "Não tivemos nem se espera suspensão alguma de produção visto cenário atual. O Minerva continua muito bem posicionado ganhando market share em ambos os mercados interno e externo", garante Ronald Aitken, superintendente de Relações com Investidores do grupo.

 

Rússia

 

O Meat and Livestock Austrália (MLA) divulgou esta semana que os embarques de carne bovina australiana para a Rússia recuaram de 17,28 mil toneladas (equivalente carcaça), em maio deste ano, para 4,46 mil toneladas em setembro. De acordo com a entidade, a retração dos embarques está ligada ao fortalecimento do dólar australiano, à desvalorização do rublo (moeda russa) frente ao dólar, à competição com a carne da América do Sul e, agora, à crise de crédito. Segundo o alerta do MLA muitos importadores russos afirmam que não conseguem crédito para cumprir contratos já firmados, quanto mais para negociar novos pedidos.

 

Para Rosa, da Scot, além da crise de crédito, é também preciso considerar que os importadores russos tem fama de serem duros na negociação e, essa turbulência pode também estar sendo usada para revisar o valor desses contratos. "O mercado já imaginava que isso iria acontecer", diz Rosa.

 

Para ele, seria favorável ao Brasil neste momento renegociar essas vendas, se for necessário. Isso porque neste momento é natural o menor ritmo de embarques para a Rússia, uma vez que o inverno traz dificuldades logísticas, com o congelamentos das vias de escoamento marítimas. "Mas, ainda assim, se for confirmada a falta de crédito aos importadores mundiais, e as exportações do Brasil reduzirem, há alento no mercado interno, que consome 75% de toda produção de carne", afirma Rosa.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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