Nativ investe R$ 114 milhões em pescados

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Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostram que até 2030, a demanda mundial por peixes crescerá 50%. Apostando nesse potencial, a Nativ Indústria Brasileira de Pescados Amazônicos vai investir R$ 114 milhões até 2012 na instalação de sua primeira planta industrial em Sorriso (MT). A primeira fase - que consiste na implantação da fábrica, do centro de reprodução e engorda e do frigorífico - já foi concluída e consumiu R$ 44 milhões dos recursos.

 

A planta, cuja produção inicial será de 22,5 mil quilos de peixes por dia, está em funcionamento desde agosto. "O processo todo, do abate até o congelamento, levará uma hora. Procuramos integrar toda a cadeia", destaca Pedro Furlan Uchôa Cavalcanti, presidente da Nativ.

 

A produção ficará dividida em 60% para o mercado interno e 40% para exportação. "Os níveis de barreiras comerciais para esse setor são muito baixos. Podemos exportar para a União Européia, Estados Unidos, Japão e Oriente Médio sem maiores dificuldades", prevê Cavalcanti. A empresa produzirá 100% dos produtos utilizados e o sistema de engorda será dividido entre a companhia (30%) e os parceiros (70%). "Nossa premissa era manter tudo 100% rastreável. Todo o manejo será controlado, do tanque até o abate", destaca o presidente da companhia.

 

Os produtos, que vão desde filé a hambúrguer, devem chegar ao mercado a partir deste mês. Entre os peixes escolhidos para compor a linha in natura estão o surubim, tambaqui e pintado da amazônia. O faturamento estimado para o primeiro ano de produção é de R$ 50 milhões. "Vamos agregar valor associando o exótico da amazônia ao produto ecologicamente correto, produzido com o mínimo de impacto ambiental", explica Cavalcanti. Ele conta que a área onde a indústria está instalada era uma região de pasto degradado.

 

A expectativa da companhia é que, até 2012, a empresa amplie a produção para dois turnos e multiplique por quatro a receita inicial. "Esperamos crescer entre 80% e 100% nos próximos 10 anos. O consumo brasileiro ainda e incipiente, mas existe muito espaço para crescer em outros países", avalia Cavalcanti.

 

Perspectivas

 

Para ele, a crescente demanda mundial por alimentos e proteínas faz a aqüicultura tornar-se uma das opções sustentáveis para suprir a carência de oferta no setor. "O cultivo ganha força diante de um cenário de aquecimento no consumo de peixes em geral e da redução dos estoques costeiros. No entanto, se o consumo de peixes oriundos da pesca costeira continuar no ritmo atual, até 2048 o sistema se tornará inviável". Ainda assim, segundo a FAO, o déficit atual entre oferta e demanda de peixes no mundo atinge 20 milhões de toneladas.

 


Veículo: Gazeta Mercantil


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