Na França para participar da Sial Paris 2008, feira internacional de alimentos que começou ontem, o diretor-executivo da Unifrango, que reúne 14 abatedouros e cinco incubatórios de aves do Paraná, Pedro Henrique Oliveira, aposta na divulgação da marca do grupo, ainda desconhecida, para expandir fronteiras. Com investimentos de R$ 200 milhões em um complexo industrial na região de Apucarana, norte do Estado, o grupo planeja reforçar suas exportações a partir de 2009.
A primeira fase dos investimentos inclui um centro de distribuição e um terminal para embarque de contêineres. A segunda fase prevê a construção de uma fábrica de ração e um frigorífico com capacidade para abater 170 mil frangos/dia. O complexo deverá ficar pronto em 2010 e toda a produção será destinada ao exterior.
Atualmente, das 80 mil toneladas mensais de carne produzidas pelas empresas do grupo , 25% são exportadas, com diversas marcas. No entanto, essa estratégia vai mudar. "Precisamos de uma marca forte", explica Oliveira, sobre as mudanças que estão em curso.
Fundada em 2001, a intenção inicial dos sócios da Unifrango era criar uma marca única desde o início da parceria para vender seus produtos fora do país, a exemplo das grandes empresas do setor. Mas a idéia foi adiada, uma vez que a sociedade reúne empresários de pequeno e médio porte, entre eles, a Diplomata, do deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), e as discussões nesse sentido não foram conclusivas.
Em 2002, as empresas sócias da Unifrango passaram a centralizar a compra de insumos. No ano seguinte, a empresa passou a intermediar a venda de produtos dos sócios para o mercado interno e, em 2006, no exterior. "Neste ano decidimos retornar à idéia original", diz o diretor, que passou a participar de feiras internacionais para falar da única marca que passará a ser usada em breve.
O próximo passo está sendo dado em meio a recordes na intermediação de negócios para os sócios. No primeiro semestre, a receita da Unifrango com a compra de insumos e venda de frango cresceu 106% e chegou a R$ 180 milhões. Segundo a empresa, o total registrado com a intermediação de compra e venda de grãos cresceu quatro vezes, principalmente por conta do fortalecimento de parcerias com cooperativas do Paraná. O grupo, que exporta para 120 países, abate 1,8 milhão de cabeças de frango por dia e produz diariamente 2,2 milhões de pintinhos.
A meta para 2008 é obter R$ 350 milhões em receitas de intermediação de negócios, bem mais que os cerca de R$ 200 milhões de 2007. A crise financeira não tira o otimismo do diretor. "Entendemos que alimentos são os últimos itens a serem cortados nos gastos", diz. O maior temor, acrescenta, é não ter crédito para exportação.
Veículo: Valor Econômico