Carne mais sustentável da Amazônia chega ao Walmart

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A carne Rebanho Xingu é produzida sob padrões inéditos de sustentabilidade na Amazônia brasileira, resultado de um projeto inovador desenvolvido pela TNC, Marfrig e Walmart

 

 Produto está disponível nas lojas do Walmart do Centro-Oeste e do Estado de São Paulo

 

 O Walmart também é a primeira e única varejista a já monitorar 100% da carne vinda da Amazônia e também a única a ampliar o seu programa de monitoramento por satélite da carne bovina para todo o Brasil

 


A partir de agosto de 2016, as famílias do Centro Oeste e do Estado de São Paulo terão a oportunidade de colaborar com a pecuária responsável no Brasil. Elas serão as primeiras a ter acesso, nos supermercados, a uma carne produzida sob padrões inéditos de sustentabilidade na Amazônia brasileira, como parte da iniciativa Do Campo à Mesa, uma das ações de pecuária responsável mais inovadoras do país. A chegada da carne aos consumidores – ela é identificada por um rótulo próprio, com o nome Rebanho Xingu - marca a conclusão do ciclo que o projeto vem construindo desde 2013, com o objetivo de criar um modelo replicável em maior escala na Amazônia, e que começou com a implantação de boas práticas no campo, passou pela melhoria da rastreabilidade desde a fazenda até o frigorífico e agora amplia as opções de compra responsável para o consumidor final.

 

Liderado por The Nature Conservancy (TNC), Marfrig e Walmart e apoiado pela Fundação Moore, entre outras organizações, o projeto Do Campo à Mesa atua em São Félix do Xingu (PA), o munícipio com o maior rebanho bovino do Brasil, com o objetivo de construir um modelo de pecuária responsável que possa ser adaptado a diferentes partes da Amazônia. Esse modelo propõe o aumento da produtividade e o maior aproveitamento de pastagens degradadas sem a necessidade de desmatamento. Outro princípio fundamental é a inclusão de toda a cadeia de valor da carne nesse esforço, de forma a garantir que o processo seja viável ambientalmente, socialmente e economicamente.

 

Em conjunto com o Sindicato dos Produtores Rurais de São Félix do Xingu, a TNC selecionou 16 produtores rurais para participarem de um projeto-piloto que levou informação, apoio técnico e investimento a propriedades de diferentes tamanhos e configurações. As primeiras estimativas, ainda bem conservadoras, apontam para um aumento de produtividade de 54% nas propriedades participantes, a partir da adoção de técnicas relativamente simples, como a rotação de pastos – uma espécie de rodízio entre as áreas de pastagem, para que o solo possa descansar e produzir mais alimento para o gado. O aumento dos ganhos nas áreas que já servem de pasto possibilita que o produtor viva melhor sem precisar derrubar novas áreas de floresta para ampliar sua renda. Além disso, também com o apoio da TNC, os produtores implantaram práticas de Bem Estar Animal e de  cumprimento integral do Código Florestal, que prevê a conservação e a restauração de florestas em propriedades privadas.

 

“A Amazônia é crucial para a vida na Terra e a pecuária desordenada é a principal causa de seu desmatamento. A questão é que para conservar a mata em pé, o produtor precisa de informação sobre a importância da floresta, de incentivo financeiro e de apoio técnico para a sua conservação. Quando ele conta com isso, torna-se o maior interessado em cumprir a legislação ambiental”, afirma Francisco Fonseca, coordenador de Produção Sustentável da TNC.

 

Outra preocupação do projeto foi melhorar a rastreabilidade dos animais, de forma que Marfrig e Walmart pudessem ter certeza de que a carne fornecida a eles veio de um gado criado em propriedades que não tiveram a floresta desmatada. Para isso, as empresas compartilharam dados quanto aos produtores com quem trabalham, implantaram “brincos” com chips nos animais das propriedades fornecedoras e aperfeiçoaram o cruzamento desses dados com os do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que em São Félix abrange mais de 80% das propriedades, graças a projetos prévios da TNC, dos governos locais e de seus parceiros para expandir o sistema. Essas medidas estão ajudando a resolver um gargalo clássico da pecuária responsável na Amazônia: o fato de que a propriedade que fornece a carne ao frigorífico, e que normalmente é monitorada, compra esse gado, quando ele ainda é jovem, de uma propriedade menor, que não é monitorada. A expectativa é que uma proporção cada vez maior da carne comercializada pelas empresas sob o selo Rebanho Xingu venha de um gado rastreado desde seu nascimento, até chegar a 100%.

 

Fechando o ciclo de produção, o Walmart comercializará a carne Rebanho Xingu em  lojas do Centro-Oeste e do Estado de São Paulo. A previsão é expandir a oferta do produto, aos poucos, para outras regiões do país.

 

"Ficamos muito satisfeitos em participar deste projeto ao lado da TNC e Marfrig, a partir do qual podemos comercializar um produto diferenciado e estimular o consumo consciente junto aos nossos clientes e, ao mesmo tempo, o desenvolvimento da cadeia produtiva", diz Luiz Herrisson, diretor de Sustentabilidade do Walmart Brasil.

 

Concluído o ciclo inicial, que previa a construção de uma cadeia completa de produção sem desmatamento, a iniciativa Do Campo à Mesa deve avançar no sentido de se tornar um modelo replicável de crescimento econômico responsável para regiões da Amazônia onde a pecuária é uma atividade importante para a sobrevivência da população. Em São Félix do Xingu, os produtores participantes da iniciativa já se organizaram em uma associação que trabalha para a adesão de novos integrantes e que contribuirá para a difusão da pecuária responsável. Com o apoio dos moradores da região, a iniciativa se concentrará em ampliar o número de propriedades-piloto participantes e envolver mais organizações e empresas, para dar escala ao modelo.

 

100% da carne vinda da Amazônia é monitorada pelo Walmart

 

A certeza de realizar a compra de uma carne de qualidade e produzida dentro de critérios socioambientais, como desmatamento e trabalho escravo, já é realidade para os clientes do Walmart Brasil. A empresa, que é a primeira e única varejista a monitorar 100% da carne vinda da Amazônia, anuncia hoje a ampliação do seu programa de monitoramento por satélite da carne bovina para todo o Brasil.

 

“Desde o início do ano, monitoramos 100% das fazendas que fornecem carne aos frigoríficos com plantas na Amazônia. Depois dessa experiência bem sucedida, vamos expandir o nosso programa para todo o país”, anuncia Luiz Herrisson, diretor de Sustentabilidade do Walmart Brasil.

 

Pioneiro no mercado varejista brasileiro, o Sistema de Monitoramento e Gestão de Risco da Carne Bovina do Walmart é fruto de cinco anos de trabalho e de um investimento superior a R$ 1 milhão. Tem como diferencial integrar em um mesmo sistema dados de satélite que mapeiam desmatamento, terras indígenas e unidades de conservação, além das informações de listas públicas de áreas embargadas e trabalho escravo. A ferramenta é proprietária, desenvolvida pela AgroTools.

 

O sistema de monitoramento analisa os fornecedores indiretos do Walmart, ou seja, as fazendas que fornecem aos frigoríficos parceiros da varejista. Desde o final de 2015, todos os dados de fornecedores de carne bovina com plantas frigoríficas no bioma Amazônia estão inseridos na ferramenta. Isso representa mais de 75 mil fazendas que fornecem gado para cerca de 30 plantas frigoríficas pertencentes às empresas JBS, Marfrig, Boiforte e Masterboi.

 

“Essas informações foram integradas ao nosso sistema de compra de carne, o que viabiliza a equipe comercial saber de forma rápida e precisa, antes de receber o pedido do frigorífico, se há algum risco ambiental ou social na compra de carne de determinada fazenda. Dependendo do risco identificado pelo sistema, como desmatamento ou trabalho escravo, o sistema bloqueia o pedido de compra e envia notificação para o fornecedor imediatamente. A empresa só volta a negociar com aquela fazenda após comprovação de que os problemas foram resolvidos”, detalha Herrisson. Para cada nível de risco, há uma ação específica recomendada pelo sistema para ser tomada.

 

 

Fonte: Assessoria de comunicação do Walmart

 

 


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