Pagamento através do celular deve estar no varejo em 2014

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O NFC (em inglês Near Field Comunication ou Comunicação de Campo Próximo, em tradução livre) caminha para se tornar uma realidade na rotina dos brasileiros a partir de 2014. A tecnologia permite a transferência de dados de maneira simples e segura por meio de aproximação. Realidade em alguns países como Japão, Espanha e França, o NFC já é usado por aqui - na forma de teste - em estabelecimentos para efetuar pagamentos, num processo que substitui o tradicional cartão. 


De acordo com Maurício Romão, diretor de serviços digitais B2C da Telefônica/Vivo, o processo para a implementação completa do NFC no Brasil é constante e gradativo. Os estabelecimentos precisam ter um POS (Point of Sale, em inglês) - que se assemelha à tradicional "maquininha" do cartão de crédito - para aceitar esse tipo de pagamento. "Cielo e Redecard já adquiriram muitos terminais POS. Imagino que já existam 1 milhão de terminais no Brasil", revela o diretor.


"O uso do NFC é mais seguro que o próprio cartão de crédito", complementa Brandão. De acordo com o diretor, todos os smartphones de última geração pedem senhas para desbloqueio e o aplicativo que gerencia o NFC idem. Em caso de roubo ou perda, o cliente pode ligar para a operadora e pedir o bloqueio do aparelho.


Ainda segundo Brandão, a estrutura para o início das operações por meio do NFC já existe, o que facilita essa transição. "O NFC vai substituir o cartão de crédito. A partir da transferência de dados, o processo é o mesmo. Já existe uma estrutura montada".


Claro e Vivo já têm acordos firmados com o Bradesco para o início das operações com NFC; a TIM, por sua vez, tem o Itaú como parceiro. As três operadoras estão adiantadas em seus testes e vão implementar o uso da tecnologia em 2014. A Oi também já faz testes com uso do NFC para pagamentos, mas ainda não firmou parceria com nenhum banco.
Os donos de estabelecimentos que possuem a máquina de cartão de crédito não terão custos adicionais para a instalação de uma POS. Segundo Brandão, os responsáveis pela troca do aparelho são empresas como Cielo e Redecard. "Ano que vem o pequeno e médio empresário já vai ter acesso à tecnologia NFC", garante Romão. Os clientes também não terão custos adicionais para efetuar pagamentos via NFC.


Segundo um estudo feito pela empresa de consultoria Gartner, o valor das transações por meio de pagamentos móveis em todo o mundo vai chegar a US$ 235,4 bilhões em 2013, número 44% maior ao do ano passado.


O processo para o uso do NFC é simples. A partir da aproximação de dois aparelhos que possuem a tecnologia, a transferência de dados é realizada, num processo muito parecido com o pagamento da tarifa de ônibus por meio de um cartão eletrônico.


"É a transação financeira mais segura, todos os dados do cliente estão criptografados no cartão SIM, ninguém põe a mão nessas informações. É muito seguro, muito prático".


O que pode frear a rápida adesão do NFC em terras brasileiras é o alto preço dos aparelhos celulares com a tecnologia. Mas Romão acredita numa baixa do preço para o público final em breve.


"O NFC pode ter o mesmo caminho que a câmera digital nos celulares: começar nos aparelhos mais caros e depois se popularizar".


Carlos Roseiro, diretor de serviços financeiros da TIM Brasil, também crê que logo a tecnologia estará presente na rotina dos brasileiros. "A TIM acredita que o NFC ganhará seu espaço entre os consumidores de forma muito rápida, devido à facilidade de seu uso. A tecnologia 'transforma' o celular em cartão, dispensando o uso do plástico".
Roseiro acredita que, acima de tudo, o uso do NFC como forma de pagamento - ainda embrionário no País - gera valor agregado às empresas.


"Operadoras e bancos acreditam que juntos poderão gerar valor agregado para todos. Hoje em dia, as principais barreiras estão na adaptação das plataformas e nos aparelhos compatíveis que ainda têm poucos modelos disponíveis com um custo elevado".


Claro e Oi optaram por não se manifestar sobre o avanço da tecnologia NFC por não apresentarem novidades além do que já foi divulgado pelas companhias anteriormente.
Anderson Neco

 


Fonte: DCI (25.09.2013)


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