Copom vê aumento dos riscos globais e reitera ajuste moderado da Selic

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BRASÍLIA - Os riscos para a estabilidade financeira global aumentaram, mas as perspectivas para a economia brasileira ainda são vistas como favoráveis, fazendo com que "ajustes moderados" da política monetária sejam suficientes para levar a inflação à meta em 2012. Esta é a avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) na ata de sua última reunião, em que a Selic foi reduzida para 11% ao ano.


Foi o terceiro corte seguido desde o fim de agosto, quando o desaquecimento da economia global desencadeou um processo de relaxamento da política monetária.


"O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012", destacou o colegiado do Banco Central, repetindo comentário que já constava da ata anterior.


Ainda sobre o cenário externo, o Copom avaliou que "permanecem elevadas as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado".


O BC destacou que, em seu cenário de referência, a projeção para a inflação neste ano aumentou e está acima do centro da meta de 4,5%. Já para 2012, a estimativa diminuiu e se encontra "ao redor do valor central da meta".


No que se refere ao terceiro trimestre de 2013, as projeções de inflação também se reduziram e estão ao redor da meta central.


Além disso, o comitê diz que vem aumentando a possibilidade de que consiga convergir a inflação para o valor central da meta. "No cenário central com que trabalha o Copom, a taxa de inflação se posiciona em torno da meta em 2012", aponta o documento.


Segundo o Copom, a incerteza do cenário econômico “muito acima do usual” contribui para que o cenário prospectivo para a inflação assuma sinais favoráveis desde a reunião de outubro.


O Copom repete que a inflação forte no início do ano foi influenciada por choques de oferta doméstica e internacional, além dos reajustes de preços administrados. Diz que os preços das commodities, que foram chave para o aumento da inflação, recuaram nos mercados internacionais, da mesma forma que o nível de utilização da capacidade instalada, o que ajuda a conter as pressões de preços.


O BC reitera a preocupação, embora decrescente, do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda em segmentos específicos e a estreita margem do mercado de trabalho, com aumentos de salários “incompatíveis” com o crescimento da produtividade.


(Mônica Izaguirre e Murilo Rodrigues Alves | Valor)


Fonte: Valor Econômico (08.12.11)


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