Nova lei reduz em 39% consumo de sacolas em supermercados no Rio

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Índice de redução ficou próximo da meta, estipulada em 40%

 

Levantamento feito pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) revela que o consumo de sacolas de plástico caiu 39%, pouco mais de um mês após a Lei Estadual 8.006/18 entrar em vigor. A lei restringe a distribuição das sacolas pela rede varejista no Rio e vale desde 26 de junho.  

 

"Assim que a lei completou um mês, a gente começou a acompanhar com os associados que aderiram à cobrança das sacolas. A lei permite que você cobre as sacolas ou dê 100% de desconto”, disse hoje (1º) à Agência Brasil a superintendente da Asserj, Keila Prates.

 

Na pesquisa, 80% dos associados à Asserj aderiram à doação das duas primeiras sacolas ao consumidor, cobrando a partir da terceira unidade. “Os associados que optaram por esse quadro tiveram, em média geral, 39% de redução (do uso das sacolas) nesse primeiro mês”, confirmou Keila.

 

Metas

O resultado registrado atingiu quase 40% de redução, que foi a meta estabelecida pela lei para a redução da utilização de sacolas plásticas no primeiro ano, no varejo. “Ou seja, no primeiro mês, a gente conseguiu chegar bem perto desses 40%”. No segundo ano, a lei determina mais 20% de redução e, no terceiro ano, mais 10%, o que resulta em uma meta de redução de 70% do consumo de sacolas plásticas no estado.

 

A diminuição que já atingiu quase a meta do ano foi recebida como positiva pela Asserj. “A Asserj avalia isso como um sucesso. A lei foi muito bem aceita pelo consumidor. Tanto que, em muitos casos, o consumidor não está levando nem essas duas primeiras sacolas, tamanha foi a conscientização da população por amor ao meio ambiente e ao estado”, comentou Keila. “Eu entendo que o consumidor abraçou a causa e tem levado a sacola de casa”.

 

Sacola de ráfia

Em contraposição, houve aumento na venda da sacola retornável de ráfia. Teve supermercado que contabilizou 150% a 200% de aumento da venda dessa sacola que é mais resistente e tem duração estimada de dois a cinco anos. O custo médio da sacola de ráfia  é de R$ 2,99 por unidade. “Está entrando na cultura dele (consumidor) comprar essa sacola e levá-la no ato da compra”, reforçou a superintendente da Asserj. “Isso é bem perceptível nos supermercados." Completou que, “como consumidora, eu tenho sempre a minha (sacola) na bolsa”.

 

Em termos ambientais, Keila Prates afirmou que o ganho é muito grande. “Foram menos 100 milhões de sacolas no estado inteiro. Cem milhões de sacolas foram evitadas de ser descartadas no meio ambiente. E olhando só para supermercados”, destacou.

 

Consumidores

O jornalista Fábio Barros disse que assim que ficou sabendo da lei comprou três sacolas, sendo uma grande e duas médias, que leva com ele quando se programa para ir ao supermercado. Confessou, entretanto, que às vezes esquece. “Por coincidência, hoje isso aconteceu comigo. Estava no primeiro lance de escada quando lembrei e voltei para buscar as sacolas. Comprei coisas pesadas”, conta. Barros acredita que muitas pessoas passarão a levar suas sacolas de casa. “Quando dói no bolso, a gente acaba se conscientizando mesmo."

 

A designer de jóias sustentáveis Elisa Paiva já tinha o hábito de usar sacolas de tecido, feitas por ela mesma, quando ia ao supermercado e também a outros estabelecimentos. Ela considera a lei válida. “É importante para as pessoas tomarem consciência”, manifestou. 

 

Edição: Narjara Carvalho

 

Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

 

Fonte: Agência Brasil – 01/08/2019.


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