Estados fazem proposta para acabar com a guerra fiscal

Leia em 2min

Um grupo de 21 Estados decidiu se unir para colocar fim à guerra fiscal - a partir de normas e prazos estabelecidos por eles mesmos. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou ontem um convênio pelo qual esses Estados se comprometem em retirar, ao longo dos próximos anos, os benefícios fiscais concedidos sem aprovação do órgão. A norma também estabelece anistia a todos os contribuintes que aproveitaram incentivos ou foram autuados por Estados que não concordavam com determinados benefícios. A cobrança do que deixou de ser recolhido poderá ser obrigatória se o Supremo Tribunal Federal aprovar súmula vinculante em tramitação na Corte que considera inconstitucionais benefícios sem autorização do Confaz.


Apesar do número de Estados que assinaram o acordo, a medida não tem um efeito prático, pois seis deles não concordaram com o texto - Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Para que os atos do Confaz tenham validade, é necessário unanimidade. O convênio, no entanto, foi uma forma encontrada pelos participantes de mostrar aos empresários qual é a posição de cada Estado em relação ao assunto e pressionar pela aprovação do Projeto de Lei nº 130, que tramita no Senado. A proposta acaba com a unanimidade de votos no Confaz e estabelece quórum de três quintos nas votações.


O subsecretário de Receita do Rio de Janeiro, George André Palermo Santoro, afirma que ficará claro para os contribuintes quais Estados concordam em dar anistia e as condições para acabar com a guerra fiscal. Já o diretor da consultoria tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo diz que a medida é um "recado" a empresários e políticos de que, quando for possível uma norma para por fim à guerra fiscal, serão observadas as condições do convênio. Segundo ele, São Paulo contabiliza R$ 24 bilhões em autos de infração (não corrigidos) em razão da guerra fiscal.
O Convênio ICMS nº 70 também propõe a criação de um fundo de compensação, a repartição do ICMS do comércio eletrônico e a redução das alíquotas interestaduais. Essas são propostas discutidas atualmente no Congresso.


Por Laura Ignacio e Beatriz Olivon | De São Paulo


Fonte: Valor Econômico (31.07.2014)

 

Convênio ICMS nº 70 na íntegra

 


Veja também

Quem reduzir consumo de energia terá bônus na conta, diz secretário

Bônus será para quem economizar 10% de energia com relação a 2020   O Brasil passa pel...

Veja mais
Confaz prorroga até 31 de dezembro a isenção de ICMS sobre transporte no enfrentamento à pandemia

Convênios prorrogados também amparam empresas, autorizando que os estados não exijam o imposto por d...

Veja mais
Mapa estabelece critérios de destinação do leite fora dos padrões

PORTARIA Nº 392, DE 9 DE SETEMBRO DE 2021   Estabelece os critérios de destinação do le...

Veja mais
Empresa não deve indenizar por oferecer descontos apenas a novos clientes

Não há vedação legal para que fornecedores de serviços ofereçam descontos apen...

Veja mais
Justiça do Trabalho é incompetente para execução das contribuições sociais destinadas a terceiros

A 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), ao julgar um agravo de petiç&...

Veja mais
Corte Especial reafirma possibilidade de uso do agravo de instrumento contra decisão sobre competência

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu embargos de divergência e reafirmou o entend...

Veja mais
Partidos questionam MP sobre remoção de conteúdo das redes sociais

Seis legendas buscam no STF a suspensão dos efeitos da norma assinada pelo chefe do Executivo federal.   O...

Veja mais
Consumo das famílias cresce 4,84% em julho, diz ABRAS

Cebola, batata e arroz foram os produtos com maiores quedas no período   O consumo das famílias bra...

Veja mais
Lei que prorroga tributos municipais na epidemia é constitucional, diz TJ-SP

Inexiste reserva de iniciativa de projetos de lei versando sobre matéria tributária, a teor do dispos...

Veja mais