Informações bem gerenciadas

Leia em 4min

Estudo realizado pelo Conselho de Governança de Dados da IBM identificou importantes desafios na área de gerenciamento de informações, que poderão redefinir o comportamento das empresas e a capacidade do mercado de confiar em dados durante os próximos quatro anos.



Os dados se tornaram a nova moeda na atual economia, mas muitas empresas tomam decisões erradas por não usar as informações corretas. "Não existe uma abordagem única. Cada empresa precisa configurar seu próprio programa de governança de dados (informações de clientes, detalhes financeiros, registros de funcionários etc) com base em suas necessidades individuais", explica Luiz Felipe Ferlauto, executivo de Desenvolvimento de Negócios de Serviços da IBM Brasil. Além disso, existem diferentes níveis de maturidade de governança de dados e diferentes formas de atingi-la.



Em poucos anos, a governança de dados se tornará uma referência-chave à medida que conselhos diretórios reconheçam a necessidade de proteger as informações e os mercados avaliem o desempenho corporativo por meio da observação do risco e do valor dos dados no balanço. Os investidores e consumidores também serão beneficiados, pois a prática desta governança produzirá maior confiança, transparência e redução de risco.



De acordo com a Pesquisa de Mercado de Metadados de 2008, conduzida pela IBM e a Gavilan Research Associates junto a clientes de diferentes indústrias, a análise de riscos e a governança de dados são importantes impulsionadores para melhorar o monitoramento de informações por meio do uso de metadados, normalmente definidos como "dados sobre os dados".



"Os metadados estabelecem conexões com informações de negócio, tornando possível indexar e gerenciar dados corporativos valiosos", comenta Ferlauto.



A pesquisa, realizada junto a mais de 300 profissionais de gestão de dados de empresas líderes globais, constatou que os entrevistados estão preocupados em organizar, reutilizar e compartilhar o conhecimento corporativo para oferecer melhores informações, de modo a impulsionar suas empresas para permanecerem competitivas.



Operações. Os entrevistados disseram ainda que a falha no gerenciamento de seus metadados resultará em custos maiores para administrar suas operações de negócios, além da exposição adicional a riscos. Sessenta e sete por cento dos participantes disseram que a governança de dados está entre os três principais problemas relacionados a metadados que estão enfrentando. Mesmo assim, 45% ainda não têm um conselho de governança de dados ou projetos de governança em andamento.



Em um ambiente de negócios, os metadados podem adicionar contexto às informações, permitindo que sejam melhor compreendidas, usadas e monitoradas em toda a organização. Planilhas, documentos de edição de texto, bancos de dados e aplicativos de software podem ser aprimorados pela associação de metadados críticos, processando regras para movimentar dados e monitorando como as informações se movimentam pela empresa.



O Conselho de Governança de Dados da IBM é um grupo de 50 empresas globais, incluindo Abbott Labs, American Express, Bank of America, Bank of Montreal, Bank of Tokyo, Bell Canada, Citibank, Deutsche Bank, Discover Financial, Kasikornbank, MasterCard, Nordea Bank, Wachovia, Washington Mutual, Banco Mundial, entre outras, pioneiras em melhores práticas relativas à avaliação de risco e governança de dados, ajudando o mundo dos negócios a adotar uma abordagem mais disciplinada na forma de lidar com dados corporativos.

Em alguns países, a governança de dados se tornará um requisito regulatório e as empresas terão que demonstrar suas práticas de governança aos órgãos fiscais como parte de auditorias regulares. Isso afetará primeiro as indústrias de serviços financeiros e bancários, e depois se tornará uma tendência global.

O valor dos dados será tratado como um ativo no balanço e relatado pelo CFO, ao mesmo tempo em que a qualidade dessas informações se tornará uma métrica de relatório técnico e um indicador-chave de desempenho da área de TI. Novas práticas de contabilidade surgirão para medir o valor dos dados, de modo a ajudar as empresas a demonstrar como a qualidade das informações alavanca o desempenho das companhias.

Calcular o risco se tornará uma função da área de tecnologia da informação. Hoje, na maioria das organizações, esse cálculo é feito por diferentes pessoas, usando processos complicados. No futuro, o cálculo será automático, permitindo às empresas examinar sua exposição no passado, prever o risco que enfrentarão no futuro e alocar capital para cobri-lo.

O papel do CIO mudará. Ele também será responsável por relatar riscos e qualidade de dados ao Conselho Diretor; e terá autoridade para gerenciar o uso da informação e preparar relatórios sobre a qualidade dos dados fornecidos aos acionistas.

Os indivíduos deverão assumir maior responsabilidade no sentido de reconhecer problemas e participar do processo de governança, viabilizando a transparência operacional e a identificação de riscos.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


Veja também

Língua eletrônica

Uma equipe de pesquisadores catalães desenvolveu o que chamam de "língua eletrônica", que identifica...

Veja mais
Empresa mineira desenvolve código por radiofreqüência

"A identificação por radiofreqüência é como um código de barras com aplicaç...

Veja mais
Empresa gaúcha cria ferramenta para os operadores de transporte

Redução do custo de impressão; envio e armazenagem de documentos fiscais via Internet; reduç...

Veja mais
Google amplia capacidade de busca para empresas

O Google anunciou ontem que está oferecendo uma versão atualizada do aparelho que vende a empresas e organ...

Veja mais
Empresas do varejo perdem até 30% do faturamento com furtos

Índice de perdas aumentou 0,12 ponto percentual, na comparação com o ano anterior da pesquisa, que ...

Veja mais
Loja virtual segue tendência da segmentação

SÃO PAULO - Ao possibilitar praticamente o mesmo faturamento de uma loja física, mesmo demandando investim...

Veja mais