Mercado de cartões vive 'nova era' de competição

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A partir do dia 1º de julho, lojistas vão precisar de uma só máquina para cartões de crédito Visa e Mastercard

 

O mercado de cartões, que cresce 20% ao ano no Brasil e contabiliza 592 milhões de unidades emitidas, passará por uma mudança histórica na semana que vem: a partir de 1.º de julho, as credenciadoras Cielo e Redecard vão aceitar, nas mesmas máquinas, cartões Visa e Mastercard, que representam 85% das operações do setor no País.

 

Para manter os clientes, que com o tempo vão optar por uma só máquina, Cielo e Redecard dizem apostar em novas tecnologias ? como pagamento por celular ? e em vantagens econômicas, como a redução do valor cobrado do faturamento do varejista a cada operação. Hoje, segundo as empresa, a taxa vai de 2,5% a 3% na modalidade crédito.

 

Além de perderem a exclusividade, Cielo e Redecard enfrentarão um desafio adicional: a entrada de novas empresas no mercado, como a parceria entre Santander e GetNet. Fontes de mercado dizem que o novo desenho de concorrência permitirá também o surgimento de credenciadoras regionais, nos moldes da Hipercard, pertencente ao Itaú.

 

Para o lojista, a mudança será positiva: ele vai economizar porque poderá ter um só terminal ? até agora, para aceitar cartões da Mastercard e da Visa, teria de pagar duas máquinas. A Redecard, por exemplo, cobra de R$ 60 a R$ 120 mensais por terminal. "A mudança reduzirá custos. Vai ser uma guerra no bom sentido", diz o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, entidade que reúne varejistas de shopping centers.

 

Devolução. As credenciadoras Redecard e Cielo, que respectivamente têm 1 milhão e 1,6 milhão de máquinas no País, dizem que todas os terminais serão "multicartão" até o dia 1.º. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Paulo Rogério Cafarelli, haverá um processo de devolução de máquinas, que passarão a ter a mesma função. "A tendência é que o lojista escolha uma adquirente."

 

Para garantir a preferência do varejista, o presidente da Redecard, Roberto Medeiros, afirma que a empresa aposta na antecipação dos recebíveis ? o que ajuda no capital de giro dos lojistas. Além disso, o executivo diz que a empresa tem uma equipe que se dedica somente à inovação do produto. No Nordeste, um software permite que o pagamento de entregas seja feito pelo celular. A empresa também reforça o fornecimento de máquinas sem fio para o mercado de delivery.

 

O vice-presidente de relações com o investidor da Cielo, Marcos Grodetzky, diz que a empresa busca novos mercados: ampliou a atuação na área médica, está de olho no potencial dos taxistas e estuda novas formas para pagamentos de baixo valor. "Importante é a rapidez, para que o cliente ache mais fácil usar o cartão que o dinheiro."

 

O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, afirma que uma das estratégias das companhias no momento é fidelizar o comerciante ao fazê-lo optar por uma bandeira específica, ainda que as máquinas efetuem transações de todas. Ao ser "fidelizado", o lojista fica preso a um período de carência de um a dois anos.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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