Tetra Pak investe em fábrica de testes para atrair clientes

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Unidade que custou R$ 1,4 milhão tem isolamento para preservar segredos industriais

 

A sueca Tetra Pak está inaugurando hoje, com investimentos de R$ 1,4 milhão, uma nova fábrica dentro do o Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul, para desenvolver usos para sua embalagem Tetra Recart - caixinhas acartonadas lançadas em 2006. A ideia é convencer fabricantes de alimentos a desenvolver produtos que possam ser embalados com essa tecnologia. "Hoje, 10% do mercado de vegetais em conserva utiliza a Tetra Recart. Mas podemos estender o uso dessa embalagem para outros alimentos", diz Fernando Varella, diretor-executivo de vendas da divisão de alimentos da Tetra Pak.

 

A diferença entre a Tetra Recart e a embalagem asséptica (de leite longa vida, por exemplo) é que, na primeira, o produto é envazado e depois esterilizado, dentro da embalagem fechada. Com a embalagem asséptica, o produto é primeiro esterilizado e depois embalado.

 

"Assim, os sabores e aromas dos alimentos são preservados. Tudo que é embalado na Tetra Recart mantém seu gosto e cheiro natural, sem conservantes. É a embalagem que menos interfere no produto", diz Varella. Além disso, segundo ele, produtos como feijão e outros vegetais não resistem ao processo de esterilização, a não ser dentro da embalagem.

 

Os fabricantes de alimentos irão pagar apenas o uso de mão de obra e o consumo de matérias-primas para desenvolver produtos que sejam compatíveis com a embalagem Tetra Recart na nova fábrica. "Hoje, ou o fabricante usa uma unidade móvel da Tetra, que nem sempre está disponível no Brasil, ou manda o produto para a Suécia, onde fica nossa sede", diz Varella. Por isso, o uso da embalagem, lançada pela companhia há cinco anos, ficou restrito a uma categoria de alimentos, os vegetais em conserva. "Em outros países onde a Tetra Pak atua, a Tetra Recart é usada para embalar risotos, sopas prontas, azeitonas, atum e até comida para gato e cachorro", diz Varella. "Nossa ideia é criar um novo conceito de alimentos prontos no Brasil", completa o executivo.

 

Cada vez mais o brasileiro, segundo Varella, presta atenção no tipo de embalagem de cada produto. É por isso que, além de preço, marca e qualidade, a embalagem conta na decisão de compra. "O brasileiro ainda não paga mais por um diferencial de embalagem", diz ele. "Mas quando o preço é semelhante, ele escolhe pela melhor embalagem", diz. Os quesitos que pesam para que o consumidor decida entre uma embalagem ou outra, segundo ele, são - nessa ordem - a não interferência no sabor e aroma do alimento, a abertura fácil, o fechamento fácil para ser guardada, o fato de não quebrar, e de não provocar cortes.

 

Nas instalações da fábrica, a Tetra Pak construiu laboratórios isolados uns dos outros para que segredos industriais dos fabricantes sejam preservados. A empresa sueca e o fabricante farão na unidade todos os testes técnicos para a provação do item. Depois, o fabricante parte para testes de mercado. A fábrica terá condições de produzir pequenos lotes do produto para esse fim. Caso o fabricante queira lançá-lo no mercado, aí ele deverá comprar a máquina de envase da Tetra Pak ou então terceirizar horas de produção do equipamento de outro fabricante de alimentos.

 

A SIG Combibloc, que inaugurou sua primeira fábrica no Brasil este mês, tem embalagem semelhante, segundo sua assessoria de imprensa.

 

Veículo: Valor Econômico


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