Orlando e diretoria da APAS se reúnem com Bruno Covas para acabar com sacolas plásticas

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O deputado estadual e vice-presidente da APAS (Associação Paulista de Supermercados), Orlando Morando foi o principal intermediador para a realização de um encontro entre o presidente da APAS, João Galassi e o Secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Covas.

 

A primeira reunião foi realizada na tarde de sexta-feira (28), na sede da entidade e teve como principal pauta, o fim das sacolas plásticas nos supermercados paulistas. A Apas pretende expandir para todo o Estado o projeto implantado há cinco meses em Jundiaí, onde 22 milhões de sacolinhas (80 toneladas de plástico) deixaram de ser consumidas mensalmente.

 

"Nós vamos formar um grupo de trabalho para pensar na participação do governo e da sociedade civil. A gente acredita no sucesso dessa campanha e dessa ação conjunta", disse Bruno Covas, sugerindo o uso da sacola, por exemplo, de pano.

 

"Em Jundiaí houve a redução de 95% do uso de sacola plástica na parceria da prefeitura com os supermercados locais sem a necessidade de lei. Foi necessário apenas campanha educativa", endossou Orlando Morando.

 

Exemplo do interior

 

Três meses após a implantação de um projeto pioneiro de substituição das tradicionais sacolas plásticas - iniciado no segundo semestre do ano passado - por métodos alternativos de transporte de mercadorias, os supermercados de Jundiaí praticamente extinguiram a utilização das sacolas descartáveis.

 

A campanha Vamos tirar o planeta do sufoco, promovida pela Associação Paulista de Supermercado (APAS), com o apoio da Prefeitura de Jundiaí, Sindicato do Comércio Varejista e Câmara de Dirigentes Lojistas, mobilizou a cidade e conta, atualmente, com 99% de adesão dos empresários supermercadistas locais, totalizando 120 lojas.

 

Com o projeto, 240 toneladas de plásticos deixaram de ser encaminhadas ao aterro sanitário da cidade, o que representa cerca de 66 milhões de sacolinhas a menos. Embora a intenção da prefeitura de Jundiaí seja estimular a utilização das sacolas retornáveis para minimizar ainda mais o impacto no meio ambiente, algumas alternativas foram colocadas à disposição dos consumidores para transportar os produtos comprados, como sacolas biodegradáveis e as caixas de papelão.

 

Desde o início da campanha foram comercializadas 250 mil unidades da sacola retornáveis produzida em TNT, capaz de acondicionar até 15 Kg, ao preço de R$ 1,85.

 

A sacola biodegradável é mais uma alternativa para o consumidor, que adquiriu 9 milhões unidades ao preço de R$ 0,19 cada. Ela é produzida a base de amido de milho, mandioca e batata, que, quando segue para compostagem, vira adubo em 180 dias. Toda a campanha desprendeu investimento da ordem de R$ 80 mil dos envolvidos, mas o único lucro ficou para o meio ambiente.

 

Ao longo de muitos anos os supermercados adotaram as sacolas plásticas para suprir uma demanda do consumidor, a despeito de representarem ônus para os estabelecimentos, pois o plástico era o único material capaz de acondicionar todas as variedades de produtos (in natura, congelados ou refrigerados, limpeza, etc). “Todavia, vemos que chegou a hora de diminuir o descarte de plásticos no meio ambiente, por meio desta bandeira supermercadista”, afirma o diretor de Sustentabilidade da APAS, João Sanzovo.

 

Um dos males mais evidentes proporcionados pelas sacolas surge durante as enchentes nas cidades, quando os resíduos plásticos deixados em ruas entopem a passagem de água em bueiros e córregos, contribuindo para as inundações e retenção de mais lixo. “Além disso, as sacolas plásticas tradicionais aumentam o volume do lixo coletado nas cidades, diminuem a vida útil dos aterros sanitários, demoram muito tempo para se decompor e agridem o meio ambiente”, afirma o vice-presidente da APAS, Edivaldo Bronzeri, responsável pela Diretoria de Apoio ao Associado em Convênios e Oportunidades.

 

O prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad, atribui o sucesso da medida à campanha de conscientização realizada com funcionários das lojas e a população antes da implantação do projeto. “Os resultados demonstram que a parceria entre o poder público e iniciativa privada no desenvolvimento de um projeto voltado para a preservação do meio ambiente pode apresentar resultados tão ou mais efetivos do que uma exigência legal”, analisa o prefeito.

 

Sobre a campanha

 

A campanha Vamos tirar o planeta do sufoco foi lançada no dia 27 de maio de 2010, na abertura da Eco Jundiaí, evento de uma semana com o objetivo de despertar a comunidade para as questões do meio ambiente. O objetivo era engajar o comércio, que tem papel fundamental na conscientização e incentivo à população para utilizar sacolas retornáveis no lugar das sacolas plásticas, que seriam retiradas de circulação na cidade a partir de 30 agosto.

 


Veículo: Repórter Diário - SP


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