Walmart fechará três de suas unidades no Estado

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Dois mercados da bandeira Nacional e um da Maxxi serão atingidos

O enxugamento de unidades anunciado pela maior varejista do mundo, a norte-americana Walmart, atingirá três estabelecimentos no Rio Grande do Sul, que tem hoje a maior operação da marca no País. Duas filiais da bandeira Nacional (uma em Porto Alegre e outra no Interior) e uma do Maxxi Atacado serão fechadas até dezembro, conforme a companhia, que não informou os municípios e o endereço das lojas atingidas. Segundo a empresa, em nota, a decisão de não divulgar a localização “se dá por questões de negociação com os proprietários dos imóveis”. A medida atinge unidades com “baixo desempenho”, reforçou a nota, confirmando a principal razão que levará ao corte de 20 a 25 estabelecimentos em todo o Brasil. O anúncio de redução no tamanho da companhia foi feito pela direção nos Estados Unidos, na terça-feira, em encontro com investidores, e atingirá também a estrutura na China, que deve assistir ao encerramento do mesmo número de unidades que o mercado brasileiro.

Demissões são afastadas no mercado local. Além dos três pontos no Rio Grande do Sul, o Jornal do Comércio obteve informação de que outras duas a serem desativadas estão no Rio de Janeiro. As demais não foram reveladas. A direção do Walmart no Brasil antecipou que pretende alocar os empregados vinculados às lojas a serem fechadas entre as 118 existentes no Estado e que somam 18 mil contratados. No País, a rede tem 560 unidades. “Será grande a oferta de oportunidade de emprego para os funcionários dessas lojas nas demais unidades da rede”, disse a empresa. A rede reafirmou que manterá a meta de investimentos em território gaúcho em 2013, cuja previsão é de R$ 125 milhões em reformas e uma nova filial do Big, em Santa Maria. Nos últimos cinco anos, as aplicações em expansão no Estado alcançaram R$ 500 milhões. No País, o plano de abrir 22 novas lojas foi validado e deve ser concluído. Até agora, foram 13 unidades, segundo a assessoria de comunicação. O aporte no País somaria cerca de R$ 1 bilhão, com mais 40 estabelecimentos reformados. Para 2014, não foi divulgada a intenção de investimentos.

A previsão de reaproveitar funcionários em outras unidades amenizará risco de demissões, apontou o diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec), Luis Carlos Barbosa. O dirigente lembrou que a rede tem enfrentado dificuldade em preencher vagas abertas. “As rescisões de funcionários da empresa com mais de um ano estão inclusive em número menor este ano. O problema é a baixa remuneração. A companhia é uma das que pior paga, apenas o piso de R$ 785,00”, ressaltou Barbosa. O diretor do Sindec lembrou que redes de pequeno e médio porte estão “roubando” trabalhadores das empresas varejistas maiores.

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo, qualificou a atitude do grupo norte-americano como de “maturidade e transparência”. Longo avaliou que a decisão busca preservar os ganhos de acionistas e a sustentação do negócio. “Empresa que enxerga a sobrevivência tem de atuar assim. Não adianta manter uma operação se ela está deficitária, o que gera concorrência desleal”, opinou o presidente da Agas. Para o dirigente, o movimento da rede não traduz eventual dificuldade generalizada, e citou que o crescimento real das vendas do setor deve ficar entre 4% e 6% no Estado. Em setembro, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) anunciou revisão para cima da meta de expansão, que deve ficar em 4%. Desde agosto, o setor registra uma reversão de expectativa mais pessimista.

O dirigente supermercadista especula que problemas com logística, mix e até retorno de vendas na região onde as lojas foram posicionadas podem ter pesado na definição dos cortes do Walmart. “O que vale é a eficiência, e todos têm problema, mas nem todos dizem ao mercado que erraram. O consumidor também está fazendo mais a conta”, ponderou Longo. O Walmart chegou a gerar polêmica com concorrentes locais ao obter na Justiça vantagens tributárias na aquisição de produtos, que reduzia custos. Para Nuno Fouto, da equipe de especialistas em varejo do Provar/Fundação Instituto de Administração (FIA), a decisão da companhia norte-americana chama a atenção, pois o potencial de desenvolvimento dos mercados de consumo no Brasil e na China são vistos ainda em ascensão. “São mercados que ainda não estão maduros, têm muito a crescer para companhias como o Walmart”, justificou Fouto.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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