Ação do Pão de Açúcar é a mais cara do Ibovespa

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Por Adriana Mattos | De São Paulo

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) tem hoje a ação mais cara do Índice Bovespa, depois de uma escalada de preço do papel que ganhou força nos primeiros meses do ano. As ações preferenciais do grupo perderam muito de seu vigor nas últimas semanas, mas o papel ainda registra preço recorde no indicador - portanto, superior ao de ações com valores historicamente altos como Ambev, Guararapes e M. Dias Branco (estas duas últimas com baixa liquidez e fora do Ibovespa).

Ao se incluir todos os papéis negociados na BMF&Bovespa, a varejista perde apenas para as cotações dos papéis da Monark, Dufry e Dimed, ações com pouca movimentação, segundo cálculos da Economática.

Dados coletados pelo Valor Data mostram que na segunda semana de abril houve uma inversão de posições entre as companhias Guararapes (formada pelo negócio de confecções e pelo braço varejista Riachuelo) e Pão de Açúcar, que registram ações com os valores mais altos no setor de varejo no país. No dia 8 de abril, as preferenciais do GPA e as ordinárias da Guararapes fecharam o pregão cotadas na faixa de R$ 105. Desde então, os dois papéis sofreram com altas e quedas frequentes - reflexo da alta volatilidade das ações de consumo nas últimas semanas - mas o Pão de Açúcar se manteve como a ação mais cara, fechando ontem em R$ 99,41, versus R$ 88,58 da Guararapes.

Apesar dos atuais patamares de preço, o valor de mercado do Pão de Açúcar - que fechou ontem em R$ 23,6 bilhões - ainda fica abaixo de companhias como Ambev e Vale. No acumulado deste ano, as preferenciais do Pão de Açúcar registraram valorização de cerca de 10%, enquanto o Ibovespa caiu 19,4%. Mas os ganhos já foram maiores. As preferenciais da rede atingiram o seu maior preço no ano, em R$ 114,70, em 20 de maio, quando a valorização do papel acumulava 30,1% no ano.

Desde 28 de maio, o papel teve queda como reflexo, em grande parte, das mudanças de portfólio e fuga dos investidores de suas posições em ações de empresas da área de consumo.

Incertezas em relação ao desempenho do consumo interno a curto prazo, em período de expectativa de alta nas taxas de juros (que inibem as vendas) e manutenção de algumas pressões inflacionárias, acabaram levando investidores a adotar uma postura mais cautelosa. Desde o anúncio do Produto Interno Bruto (PIB) em 29 de maio, até sexta-feira da semana passada, as ações da maioria das empresas do setor de consumo e varejo acumularam perdas. Ontem, uma parte desses papéis registrou valorização na bolsa, sem compensar no entanto a queda verificada nas últimas duas semanas.

Segundo cálculos do Valor Data, a relação entre preço das ações em bolsa e o valor patrimonial de uma ação (patrimônio dividido pela quantidade de ações) mostra que esse índice é mais baixo no Pão de Açúcar do que em Ambev, Lojas Renner e Cielo. Essas empresas ocupam a terceira, quarta e quinta colocação, respectivamente, entre as companhias com maior preço da ação negociada na bolsa, entre aquelas que participam do Ibovespa.

A relação entre preço da ação e valor patrimonial do papel estava, ontem, em 2,99 no Pão de Açúcar, versus 8,6 na Ambev (preferenciais) e 6,35 na Renner. Esse é um dos indicadores que servem como base aos investidores em cálculos para verificar se o papel está caro ou barato.



Veículo: Valor Econômico


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