Para enfrentar o desafio do abastecimento e preços a Conab e supermercados se reúnem

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Guilherme Bastos, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e João Sanzovo, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), com suas equipes técnicas se reuniram virtualmente, para avaliar os desafios de abastecimento e de custos inflacionários nos alimentos do mercado interno ontem (dia 31).


Com a valorização do dólar, efeitos climáticos e com o "corona voucher" a Conab apresenta um diagnóstico da pressão que foi ampliada na demanda da população, provocando um "desequilíbrio", mas que nas projeções do plantio da próxima safra surgem reequilibrados, pelo menos no que envolve o arroz com perspectivas de crescimento da produção. O Brasil deverá sair de 250 milhões de toneladas de grãos para quase 279 de forma geral.


Por outro lado, os supermercados desejam um esclarecimento para a sociedade sobre este momento de encarecimento de alimentos, flagrantemente da cesta básica, óleo de soja, leite, trigo, arroz, feijão e carnes. A Abras busca com comunicação e criatividade educativa meios de ajudar seus consumidores, em cerca de 90 mil lojas onde em torno de 27 milhões de brasileiros circulam todos os dias, sem esquecer do delivery.
Nesta reunião, muito positiva por permitir iniciar um legítimo diálogo dos elos protagonistas das cadeias produtivas, também foi comentado o apoio e o desenvolvimento aos acordos da agricultura familiar, típica de mercado interno, nas suas relações com os supermercados.


A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) atua neste instante numa proposta de "desoneração" apresentada no Fórum Paulista do Agronegócio, por Márcio Maciel, diretor de assuntos institucionais, revelando que a carga dos impostos nos alimentos é da ordem de 23% de forma geral. E isso já computando com a cesta básica. "Somente a Dinamarca tributa mais do que o Brasil", acrescenta o diretor da Abia.


Para o enfrentamento crítico da situação principalmente do arroz, a Conab informa que os plantios e a oferta do arroz na Ásia estão em bom andamento, e que as importações zerando a TEC - Tarifa Externa Comum, poderiam ser realizadas assegurando o abastecimento. Porém a Federarroz e a Farsul são contrários à eliminação da TEC apontando outros aspectos estruturais nessa atividade que por anos não vem sendo estrategicamente trabalhados.


Desta forma, se algo nos incomoda, precisamos reunir quem participa dos incômodos para ver como trazemos soluções e não mais ampliação da confusão. Diálogo e comunicação, o início da vontade da busca da solução. Esperamos que Conab, Abras e demais instituições da sociedade civil organizada possam estabelecer um diálogo frequente, organizado e atuarem conjuntamente na busca de uma ordem que supere a desordem.


Agronegócio como foi muito bem identificado e estabelecido como matéria de estudos na Universidade de Harvard na década de 50 pelos professores John Davis e Ray Goldberg significa a gestão de toda uma cadeia produtiva desde o consumidor, passando pelos supermercados, indústrias, produtores, ciência e tecnologia com serviços financeiros, seguro, logística e meio ambiente. E agora representa um sistema de saúde humana e construção de vínculos globais de cadeia de valor, com cooperativismo e capitalismo consciente.


Que deste momento crítico e difícil, com queda da economia, diminuição na renda da classe média diminuição do corona voucher, dólar alto o que também elevará os riscos e os custos dos produtores rurais para a próxima safra, que possamos parar de acusar, apontar culpados e nos reunirmos pra resolver. Hora de um design thinking, nenhum elo sozinho do agronegócio será bem sucedido sem os demais.


Que Abras, Abia, Abag, Abiove, ABPA, OCB, Abrafrutas, ABH, Embrapa, a sociedade civil organizada, com Conab em nome do governo, possam estabelecer um vínculo de confiança e com essa plataforma: "Confiança", partirmos para o novo agro brasileiro.


Forte na exportação e com segurança alimentar estratégica assegurada, a boa governança. O "E" vencendo o "ou". Confiança. Que 31 de agosto seja apenas o início de um grande e permanente diálogo das cadeias produtivas da agrossociedade nacional. "Não mais falar um contra o outro e sim um com o outro". Parabéns Abras e Conab.


José Luiz Tejon para a Jovem Pan.


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