O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que a equipe econômica do governo quer entregar, no fim do ano, “o maior superávit fiscal possível”. A frase foi dita após questionamentos sobre as chances de o país fechar 2014 com superávit de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) — meta estipulada para o ano.
As declarações foram feitas depois de reunião realizada em São Paulo com representantes do setor varejista. O ministro também manteve a previsão de crescimento de 0,9% do Produto Interno bruto (PIB) do país para este ano.“A Fazenda vai fazer o possível para entregar o melhor superávit possível para este ano. A previsão de PIB segue. Só vamos mexer na projeção quando fizermos o relatório para entregar ao Congresso em novembro”, afirmou.
Ainda de acordo com Mantega, a economia esta em trajetória de recuperação do crescimento. “O quarto trimestre que começou ontem vai seguir essa tendência”, disse.
Sobre o novo governo a partir do ano que vem, Mantega afirmou que o país precisa de uma política econômica desenvolvimentista, “e não caminhar a uma política neoliberal, conservadora.” “Isso significa manter os estímulos a investimento, inovação e produção”, disse.
Estiveram presentes no encontro Flavio Rocha, presidente da Riachuelo e do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), Lourival Kiçula, presidente da Eletros (associação dos fabricantes de eletrônicos) e Fernando Yamada, presidente da Associação Brasileira de Supermercado (Abras).
Combustíveis
Mantega indicou que a Petrobras deve reajustar o preço da gasolina e do diesel ainda neste ano. Entretanto, o ministro não quis definir data para o aumento de preços e disse que “esse é o papel da Petrobras”. O ministro voltou ainda a afirmar que a inflação de 2014 ficará dentro do teto da meta.
“O que eu sempre repito é que todo ano tem reajuste de combustíveis. Não só deles, mas de uma série de preços, como remédios, energia elétrica e planos de saúde. E este ano não é diferente dos outros”, disse.
Mantega voltou a dizer que haveria maior espaço na inflação para ocorrer o reajuste de combustíveis não fosse o baixo regime de chuvas deste ano, que aumentou o preço de alguns alimentos e gerou reajustes altos nas tarifas de energia elétrica.
“O IPCA poderia estar mais baixo não fosse isso. Há uma entressafra nos próximos meses e os alimentos podem subir um pouco, mas a inflação está controlada. Agora, a Petrobras não se baseia em cálculos de inflação para determinar quando vai dar reajuste na gasolina ou não”, afirmou.
Veículo: Valor Econômico