Metade das famílias gasta mais do que ganha

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Pela primeira vez desde 2005, os gastos básicos das famílias brasileiras superaram a renda obtida, segundo pesquisa realizada em 8,2 mil domicílios


 
Pela primeira vez desde 2005, os gastos básicos mensais das famílias brasileiras com alimentação, educação, transporte, entre outras despesas, superaram no ano passado a renda, aponta pesquisa da Kantar Worldpanel.

 

O resultado da enquete, que visitou 8,2 mil domicílios e foi apresentado ontem num estudo sobre tendências de consumo pelo presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), João Galassi, mostra que no ano passado as famílias brasileira gastaram R$ 2.171 por mês com despesas básicas, uma cifra 1% menor em relação à renda (R$ 2.146). Segundo a pesquisa, 53% das famílias estão com gastos acima da renda.

 

Quando se analisa esses dados por classe social, o desequilíbrio ocorre nos estratos de menor renda. Nas classes D/E, a renda ficou 6% abaixo do gasto e na classe o déficit é de 2%. Apenas as classes A/B tiveram renda média superior ao gasto em 2%.

 

Galassi não acredita que esse desequilíbrio resulte num aumento expressivo da inadimplência. Com a manutenção do ritmo de crescimento do emprego e da renda, o presidente da Apas espera que o consumidor acerte as contas naturalmente. De acordo com as projeções feitas pela entidade para este ano, o crescimento do consumo virá das classes C e D/E. Já as classes A/B devem manter a fatia.

 

Recorde. A voracidade do consumidor no ano passado resultou num faturamento recorde do setor. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o faturamento nacional do setor somou R$ 201,6 bilhões em 2010, com crescimento 7,5% descontado a inflação do período. "Foi o maior crescimento da série histórica", diz o presidente da Abras, Sussumu Honda. Para este ano, a projeção é de um crescimento real de cerca de 4%. Isso significa que as vendas vão continuar crescendo, porém num ritmo menor.

 

De toda forma, não é isso que se viu até agora. Martinho Paiva Moreira, diretor de Economia da Apas, conta que, de janeiro a abril, as vendas reais dos supermercados no Estado de São Paulo aumentaram 7% na comparação com o mesmo período de 201o, apesar da inflação.

 

Vigor

 

R$ 201,6 bilhões
foram vendidos pelos supermercados brasileiros no ano passado.

7,5% foi a taxa real de crescimento da receita do setor em 2010. Para este ano, a previsão inicial é crescer 4%, descontada a inflação

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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