Aumento no consumo de alimentos orgânicos atrai produtores rurais do Alto Tietê

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A venda de alimentos orgânicos aumentou no país nos últimos anos e, aos poucos, até a proteína animal vem sendo produzida neste sistema. Com isso, os produtores do Alto Tietê também se interessaram por esse mercado e já oferecem produtos sem adição de antibióticos e outros produtos que descaracterizam o cultivo livre de substâncias.

Uma loja de produtos orgânicos que funciona há 10 anos no Centro de Mogi das Cruzes oferece grãos, farinha e leite, além dos alimentos in natura, como o tomate, abóbora e banana. O vendedor Pedro Ikai acredita que a alimentação orgânica tem muitas vantagens e relação aos alimentos cultivados com agrotóxicos.

"O fato de na agricultura usarem muitos defensivos agrícolas e amigos químicos, por um processo de acumulação no organismo, isso é comprovado que algumas doenças de difícil condição de cura tem proveniência disso", conta.

Esse tipo de cultivo também já chegou à proteína animal. São carnes de peixe, frango e de boi que nunca receberam antibióticos. Os bichos são alimentados apenas com ração orgânica ou com pastagens nativas, que nunca receberam adubo químico ou agrotóxicos. O comerciante destaca justamente a procura por estas carnes. Ikai diz que os clientes se surpreendem com o sabor.

"Na verdade, quando ele passa para a proteína orgânica, ela não consegue mais comer o convencional. O paladar sente", detalha.

Uma pesquisa realizada pela Orgânis, uma entidade do setor, mostra que os alimentos orgânicos movimentaram R$ 4,6 bilhões em 2019. Um faturamento 15% maior do que em 2018, quando ficou em R$ 4 bilhões.

Ainda segundo a mesma pesquisa, 19% dos entrevistados disseram ter ingerido algum produto orgânico nos últimos 30 dias. O valor é 4% a mais do que em 2017. O certificado que garante procedência orgânica é conhecido por metade dos entrevistados.

Se um produto leva o selo na loja, é porque a origem dele passou por um rigoroso processo de avaliação. O produtor rural Paulo Honda é produtor de legumes e hortaliças há 50 anos. Mas foi no início dos anos 2000 que ele passou a trabalhar com orgânicos, e conta que conseguir a certificação não foi fácil.

"Tem que deixar um tempo de desintoxicação, no mínimo, de dois anos. E essa desintoxicação faz da seguinte forma: primeiramente a gente deixa tudo no mato, a gente incorpora esse capim e, posteriormente, a gente faz plantação de adubação verde - gramíneas e leguminosas - a gente fez esse sistema durante esse período de dois anos", explica.

Não é só a saúde do consumidor que melhora com os produtos orgânicos. Para os produtores também. Honda, por exemplo, garante que as dores de cabeça, que antes eram frequentes, ficaram para trás.

"Hoje pessoas da minha família perguntam por que eu não reclamo de algum problema de saúde, principalmente da dor de cabeça, que eu tinha todos os dias", relembra.

A família do Renato Watanabe produz alimentos orgânicos há 15 anos. Boa parte do que é cultivado no sítio em Arujá é levado para a feira de orgânicos em Mogi das Cruzes. "A gente plantava no modo convencional, de sem agrotóxico. Depois de um tempo, a procura começou a aumentar, e a gente correu atrás do documento, para ser legítimo orgânico. O documento é o certificado de que o produto é sem veneno mesmo", conta.

De olho nessa procura, a cidade ganhou uma feira só de produtores orgânicos. Henrique Rossetti Amazonas trabalha nela desde que começou. "Foi uma luta para conseguir essa feira, porque não é uma coisa nova. A gente conseguiu inaugurar em 2017 e, desde então, a feira está crescendo", destaca.

Todos os sábados as barracas ficam montadas na frente do Parque da Cidade. Muita gente vem de longe só para comprar. A corretora de seguros Daniella de Oliveira Higachizima é uma dessas pessoas. Mora no Nova Mogilar e cruza a cidade só para fazer a feira.

"Eu sinto um pouco de diferença no preço, mas eu acho que compensa, porque depois que a gente começa a consumir o orgânico, a gente entende que é totalmente diferente a produção, e entende que o preço é um pouco mais alto, mas também não é nada absurdo", ressalta.

Uma loja de produtos orgânicos que funciona há 10 anos no Centro de Mogi das Cruzes oferece grãos, farinha e leite, além dos alimentos in natura, como o tomate, abóbora e banana. O vendedor Pedro Ikai acredita que a alimentação orgânica tem muitas vantagens e relação aos alimentos cultivados com agrotóxicos.

"O fato de na agricultura usarem muitos defensivos agrícolas e amigos químicos, por um processo de acumulação no organismo, isso é comprovado que algumas doenças de difícil condição de cura tem proveniência disso", conta.

Esse tipo de cultivo também já chegou à proteína animal. São carnes de peixe, frango e de boi que nunca receberam antibióticos. Os bichos são alimentados apenas com ração orgânica ou com pastagens nativas, que nunca receberam adubo químico ou agrotóxicos. O comerciante destaca justamente a procura por estas carnes. Ikai diz que os clientes se surpreendem com o sabor.

"Na verdade, quando ele passa para a proteína orgânica, ela não consegue mais comer o convencional. O paladar sente", detalha.

Uma pesquisa realizada pela Orgânis, uma entidade do setor, mostra que os alimentos orgânicos movimentaram R$ 4,6 bilhões em 2019. Um faturamento 15% maior do que em 2018, quando ficou em R$ 4 bilhões.

Ainda segundo a mesma pesquisa, 19% dos entrevistados disseram ter ingerido algum produto orgânico nos últimos 30 dias. O valor é 4% a mais do que em 2017. O certificado que garante procedência orgânica é conhecido por metade dos entrevistados.

Se um produto leva o selo na loja, é porque a origem dele passou por um rigoroso processo de avaliação. O produtor rural Paulo Honda é produtor de legumes e hortaliças há 50 anos. Mas foi no início dos anos 2000 que ele passou a trabalhar com orgânicos, e conta que conseguir a certificação não foi fácil.

"Tem que deixar um tempo de desintoxicação, no mínimo, de dois anos. E essa desintoxicação faz da seguinte forma: primeiramente a gente deixa tudo no mato, a gente incorpora esse capim e, posteriormente, a gente faz plantação de adubação verde - gramíneas e leguminosas - a gente fez esse sistema durante esse período de dois anos", explica.

Não é só a saúde do consumidor que melhora com os produtos orgânicos. Para os produtores também. Honda, por exemplo, garante que as dores de cabeça, que antes eram frequentes, ficaram para trás.

"Hoje pessoas da minha família perguntam por que eu não reclamo de algum problema de saúde, principalmente da dor de cabeça, que eu tinha todos os dias", relembra.

A família do Renato Watanabe produz alimentos orgânicos há 15 anos. Boa parte do que é cultivado no sítio em Arujá é levado para a feira de orgânicos em Mogi das Cruzes. "A gente plantava no modo convencional, de sem agrotóxico. Depois de um tempo, a procura começou a aumentar, e a gente correu atrás do documento, para ser legítimo orgânico. O documento é o certificado de que o produto é sem veneno mesmo", conta.

De olho nessa procura, a cidade ganhou uma feira só de produtores orgânicos. Henrique Rossetti Amazonas trabalha nela desde que começou. "Foi uma luta para conseguir essa feira, porque não é uma coisa nova. A gente conseguiu inaugurar em 2017 e, desde então, a feira está crescendo", destaca.

Todos os sábados as barracas ficam montadas na frente do Parque da Cidade. Muita gente vem de longe só para comprar. A corretora de seguros Daniella de Oliveira Higachizima é uma dessas pessoas. Mora no Nova Mogilar e cruza a cidade só para fazer a feira.

"Eu sinto um pouco de diferença no preço, mas eu acho que compensa, porque depois que a gente começa a consumir o orgânico, a gente entende que é totalmente diferente a produção, e entende que o preço é um pouco mais alto, mas também não é nada absurdo", ressalta.     
 

 

Fonte: G1    


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