Com lucro maior, Marisol pode fazer aquisições

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O presidente da Marisol, Giuliano Donini, não descarta a possibilidade de realizar aquisições neste ano. A empresa, que no fim do ano passado adquiriu 50% da rede de lojas de artigos para bebês Blue Pink e o restante de participação da Rosa Chá (25%) que lhe faltava para ter 100% do negócio, ainda tem apetite para mais. Donini não revela quais negócios estão no alvo, mas diz que as divisões da empresa chamadas de Premium e Consumo são áreas em que os negócios já estão mais estabilizados e nos quais a empresa pode se arriscar em novos projetos.

 

A Premium é a unidade de negócios criada pela Marisol para focar em produtos de maior valor agregado, com distribuição nos canais monomarca e multimarcas. Fazem parte dessa unidade as marcas infantis Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre e a rede de franquias das mesmas. Já a divisão Consumo está voltada para uma venda pulverizada em grande número de lojistas multimarcas, com preços mais baixos. Essa unidade engloba as marcas Marisol, Pakalolo, Babysol e a rede de lojas One Store.

 

A terceira divisão do grupo, a chamada unidade Luxo, segundo Donini, já tem um novo negócio recente (os 25% restantes da marca de biquíni Rosa Chá foram adquiridos em dezembro) e "ali tem uma série de desafios" já postos. Entre eles, o mais relevante é a troca de estilistas, depois que Amir Slama e Donini acertaram "em comum acordo", segundo Donini e segundo o próprio Slama, pelo fim da parceria.

 

Slama saiu depois de três anos de trabalho, rescindindo um contrato que teria cinco anos de validade podendo ser renováveis. "Como tudo na vida, nos negócios também há ciclos e há o entendimento de que se cumpriu um ciclo", disse o presidente da Marisol. Slama também reiterou que foi "o fim de um processo e que quer novos desafios." Ele deixará a criação da Rosa Chá em junho e em seu lugar assumirá Alexandre Herchcovitch, indicado pelo próprio Slama, com um contrato de dois anos.

 

"Já tínhamos um plano para a Rosa Chá neste ano, mas a substituição do líder criativo vai gerar novas discussões sobre este plano porque as lojas e a comunicação da marca estão interligados com a criação. Haverá uma revisão, com nova equipe, para reafirmar o que pretendíamos fazer ou para realizarmos alguns ajustes", disse Donini, acrescentando que podem ocorrer mudanças, como "novos formatos" de lojas.

 

Nos planos para o ano, mesmo antes da mudança de estilistas, de acordo com Robson Amorim, diretor para a Rosa Chá, não havia aberturas de novas lojas previstas, mas sim a intenção de incrementar o volume vendido por loja. Hoje são 25 unidades no país e três no exterior.

 

Os bons números da empresa no primeiro trimestre demonstram que a Marisol estaria agora melhor preparada para aquisições. Segundo balanço, a empresa conseguiu dobrar o seu lucro líquido, que passou de R$ 3 milhões para R$ 6,8 milhões. Houve aumento de receita líquida de 33%, para R$ 96,8 milhões. A Marisol ampliou tanto as vendas internas quanto no exterior, onde atua somente com venda de suas marcas próprias, não mais no private label (fabricação para terceiros). No mercado externo, as vendas saíram de R$ 1,7 milhão para R$ 3,5 milhões no trimestre. Já no mercado interno, passaram de R$ 92,4 milhões para R$ 120,7 milhões.

 

A empresa, que há alguns anos optou por ser gestora de marcas, com maior atuação no canal de varejo, poderá investir até R$ 34,3 milhões neste ano em modernização do seu parque fabril e ampliação dos negócios. Segundo Donini, o investimento deste volume total previsto, contudo, vai depender da situação de mercado nos próximos meses. "Se conseguirmos manter o ritmo do primeiro trimestre, podemos investir esse total." Caso contrário, os investimentos ficarão entre R$ 18 milhões e R$ 26 milhões.
 


Veículo: Valor Econômico


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