SP quer construir alternativa à Via Dutra

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Obra, em parceria com governo fluminense, deverá custar R$ 3,1 bi

 

O governo de São Paulo anunciou estudos para a construção, em parceria com o governo do Rio, de uma nova estrada entre os dois Estados, paralela à Via Dutra. A nova rodovia, segundo o secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, não concorrerá com a Dutra nem com o trem-bala, cuja licitação deverá ser publicada em fevereiro ou março de 2009. Dentro dos planos de expansão de estradas paulista, sem data para sair do papel, está também o prolongamento da Castelo Branco até a região de Presidente Prudente.

 

O custo da obra ligando as duas principais capitais do País está estimado em R$ 3,1 bilhões - R$ 1,3 bilhão no lado paulista, desde o fim da Rodovia Carvalho Pinto, cuja licitação para concessão foi lançada na segunda-feira, até a divisa com o Rio, na cidade de Queluz. São previstos cerca de 130 quilômetros. Já o trecho fluminense, também com 130 quilômetros, tem orçamento estimado de R$ 1,8 bilhão, por causa do trecho da Serra das Araras.

 

A proposta em estudo com o secretário de Obras e vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, é que seja feita concessão com pedágio. “A idéia mais fácil é a construção da pista pela iniciativa privada e a cobrança posterior, como se fez com a segunda pista da Imigrantes e será feito com o Trecho Leste do Rodoanel”, adiantou Arce.

 

O trecho paulista, destaca ele, está mais adiantado, uma vez que a chegada à capital já conta com a Rodovia Ayrton Senna e sua continuação, Carvalho Pinto. “No edital de concessão da Ayrton e da Carvalho, colocamos a obrigação de construção de 8 quilômetros entre a entrada para Campos do Jordão e a entrada da Rodovia Oswaldo Cruz, de acesso a Ubatuba.” Esse trecho deve ser concluído em 2010. Existe possibilidade até mesmo de ampliar o trecho para 40 quilômetros, até a cidade de Aparecida, por causa da demanda específica de turismo religioso. Também em 2010 devem ser concluídos os estudos da nova ligação Rio-São Paulo.

 

PRIORIDADE

 

A proposta de oferecer uma nova ligação entre as cidades do Rio e de São Paulo foi considerada “bem-vinda” pelo o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que pediu ao vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, que analise a viabilidade financeira dessa iniciativa.

 

Mas Pezão, apesar de ver a iniciativa “com simpatia”, já adianta que a construção do trecho fluminense “é de difícil execução” e o Estado tem outras prioridades - sugeridas ao governo federal. Uma delas é a duplicação da Serra das Araras. “Temos também projetos para desafogar a Dutra, criando entradas para o Rio, como a extensão da Via Light até a Avenida Brasil e Madureira”, informou.

 

Outra meta é o trem-bala. “É inadmissível pensar na ligação Rio-São Paulo, dentro de cinco a oito anos, sem alternativa ferroviária.”

 

Concessionária instalará 25 radares fixos, 10 no trecho paulista, até outubro

 

Até outubro, 25 radares fixos serão instalados ao longo dos 402 quilômetros da Via Dutra. Dez vão operar no trecho paulista, nos municípios de Guarulhos, Arujá, São José dos Campos, Caçapava e Lavrinhas. Os primeiros seis equipamentos começam a funcionar na segunda-feira, na região da Serra das Araras, no Rio. Segundo a NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, a instalação dos radares foi liberada pela Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) depois de um estudo que previa medidas para coibir o excesso de velocidade.

 

Por enquanto, a Via Dutra conta apenas com a fiscalização de radares móveis da Polícia Rodoviária Federal, que continuarão a ser usados. No ano passado, a concessionária registrou 9.518 acidentes na rodovia, com 4.726 feridos e 246 mortos. O aumento no número de acidentes, em relação a 2006, foi de 12%. Naquele ano, a empresa registrou 8.464 acidentes, com 230 mortos. Segundo levantamento da NovaDutra, 26% das colisões são traseiras, 12% ocorrem nas laterais e 10% envolvem engavetamentos, causados por excesso de velocidade.

 

Em alguns trechos da Serra das Araras, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h para automóveis, caminhões, ônibus e motos. No trecho paulista, o limite varia de 80 a 110 km/h. A concessionária está divulgando as mudanças por meio de faixas e painéis eletrônicos na rodovia.

 

O Código de Trânsito Brasileiro considera infração média transitar em velocidade 20% superior à permitida - a multa é de R$ 85,13 e o motorista ainda é penalizado em quatro pontos na carteira. Até 50%, a infração é grave, com multa de 127,69 e cinco pontos na CNH. Acima disso, o motorista é multado em R$ 574,62, além de ter o direito de dirigir suspenso.

 

CAPITAL

 

Nas ruas de São Paulo, a Prefeitura prevê a instalação de 354 radares até o fim do ano. Quatro licitações estão em andamento. A aquisição dos equipamentos está orçada em R$ 40,2 milhões por um período de 48 meses. São 175 radares fixos, 26 móveis e 153 lombadas eletrônicas.

 

A previsão inicial do secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, era de que os radares estariam nas ruas até o fim de abril. O atraso, segundo ele, ocorreu por impasses jurídicos. A última previsão feita pela secretaria, no início de julho, indicava que os equipamentos seriam instalados em 60 dias.

 

Atualmente, há 40 equipamentos fixos e 100 lombadas eletrônicas na capital. Com os novos radares, a Prefeitura estima arrecadar R$ 557 milhões com multas, um aumento de 17% em relação a 2007. Nos últimos três anos, a arrecadação de multas na cidade cresceu 70%.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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