Olimpíada aumenta expectativa de reaquecer o comércio do Rio

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Faltando 81 dias para o começo da Olimpíada, cresce a expectativa dos comerciantes do Rio de Janeiro com o megaevento. A concentração dos jogos na cidade, ao contrário da Copa do Mundo, e a realização de provas em diversos locais transforma a Olimpíada numa grande oportunidade.

A expectativa é de que desembarquem na capital carioca cerca de 500 mil pessoas, entre turistas e atletas. Para especialistas, essa demanda, aliada às características da Olimpíada, deve gerar uma infinidade de oportunidades para os vendedores, principalmente os populares. "Ao contrário da Copa do Mundo, que era um evento mais pulverizado pelo País, a Olimpíada está centralizada no Rio de Janeiro e isso deve gerar mais oportunidades para o comércio local", analisa o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (FecomercioRJ), Christian Travassos.

Para o analista, a oportunidade é única para que os empresários aliem suas novidades ao evento. "Eles podem trabalhar um mix de produtos especiais ligados ao esporte, realizar transmissões convidativas em bares. Há, certamente, muitos espaços a serem aproveitados pela demanda que os jogos vão gerar", completou ele ao DCI.

Segundo indicadores do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), no primeiro trimestres deste ano, as vendas do comércio varejista na cidade recuaram 9% sobre um ano antes, o que torna ainda mais urgente as ações para recuperação. "A crise levou as empresas a reverem seus custos, apertar seus gastos, trocar fornecedores, entre outras atitudes. Agora, com os jogos, eles terão a oportunidade de colher alguns resultados", diz Travassos.

Na onda Olímpica

Para algumas empresas, apesar de ainda estarmos a dois meses do evento, a preparação começou quase 180 dias antes. A Dimona, por exemplo, está produzindo diversas estampas de camisetas para o Rio 2016, que serão vendidas no atacado para lojistas do ramo e para lojas oficiais do evento, além de uma linha especialmente criada para o mercado popular, que será comercializada nas lojas próprias da marca na região do Saara e em duas novas unidades, inauguradas em dezembro do ano passado, no Shopping Uptown, na Barra da Tijuca, e uma em Copacabana. "Estamos focados na Olimpíada. Acreditamos que ela será responsável pelo nosso crescimento nesse ano", conta o diretor comercial da Dimona, Leonardo Zonenchein.

O lojista ressalta ainda que também trabalhou com itens ligados à Copa do Mundo, em 2014, e do festival de música Rock in Rio, que teve sua última edição na cidade no ano passado. A estimativa de Zonenchein, é de que as vendas "olímpicas" cravem crescimento de até 20% este ano no faturamento. "O clima na cidade toda nos remete aos Jogos Olímpicos. Eles serão o diferencial nesse cenário de crise", comenta o diretor.

São Paulo

Apesar de também receber alguns eventos como, por exemplo, jogos de futebol do torneio olímpico, comerciantes da cidade de São Paulo não demonstram o mesmo interesse dos cariocas em relação ao evento. A preparação dos lojistas está voltada às festas juninas da cidade, que acontecem entre os meses de junho e agosto.

"Aconteceu de os jogos serem realizados no início do mês de agosto, quando estamos finalizando o período de festa junina por aqui. Para nós, que atuamos em São Paulo, parece ser mais interessante aproveitar esse tipo de demanda", explica o gerente-geral da Armarinhos Fernando, Ondamar Ferreira.

De acordo com ele, a perspectiva é de que as vendas no período junino sejam até 8% melhores este ano, frente ao visto em 2015. "A mudança no governo nos deu essa esperança de que o consumidor volte às compras. Vamos trabalhar 45 dias de forma consistente nas vendas de artigos, camisetas, papéis, biribas, entre outros itens ligados à festa junina", diz.

Para que objetivo seja alcançado, Ferreira conta que o atendimento nas lojas tem sido aprimorado, e que o resultado dessa estratégia deverá ser demonstrado no balanço ao final do período. "Vamos caprichar nosso atendimento e oferecer preços convidativos", complementa.

 



Veículo: Jornal DCI


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